Uma lavradora de 52 anos procurou a Polícia Civil na noite desta terça-feira (12) para confessar que matou o próprio filho, queimou os ossos e enterrou os restos mortais no quintal de casa há quatro anos em Terra Roxa (SP).
Segundo a polícia, a mulher disse ter cometido o crime porque era constantemente estuprada pelo jovem de 24 anos. A mãe afirmou ainda que nunca foi registrado boletim de ocorrência sobre o desaparecimento do filho, porque ela contou a familiares que o rapaz estava viajando.
Durante escavação, investigadores encontraram fragmentos de ossos e dois dentes humanos, além de pedaços de tecidos, que seriam das roupas usadas pelo rapaz. Os restos mortais foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) para análise.
O delegado Emerson Abade contou que a lavradora disse ter matado o filho com uma facada no pescoço dentro do banheiro, quando ele tentou estuprá-la. Em seguida, ela embalou o corpo em um cobertor e enterrou no quintal. Três meses depois, a mulher desenterrou e queimou os ossos também nos fundos da residência.
"Ela alegou que o filho praticava abusos sexuais contra ela, além de violência física. Então, não suportando mais essa situação, ela resolveu reagir a uma das investidas dele, que teria ocorrido no banheiro, conseguiu tomar a faca das mãos dele e golpeá-lo no pescoço", afirmou.
O delegado disse ainda que o jovem tinha antecedentes criminais e, de acordo com o relato da mãe, era usuário de drogas e misturava medicamentos controlados com bebidas alcoólicas, o que o deixava agressivo.
"Ela apresentava data específica para o crime, e as pessoas confirmaram que ele não foi mais visto depois disso. Nem mesmo os vizinhos sabiam que ele havia desaparecido. A versão que era apresentada é de que ele estaria ausente, fora do estado, e não havia retornado", disse.
A lavradora não foi presa porque não houve flagrante do crime que, segundo ela, ocorreu em maio de 2012. A Polícia Civil aguarda o resultado do exame necroscópico dos ossos encontrados e passará a ouvir o depoimento de familiares e vizinhos nos próximos dias.
"Nós dependemos de um exame de DNA, que vai dizer especificamente se aqueles fragmentos de ossos são do rapaz desaparecido. A partir do material de um familiar, nós vamos confrontar com o material genético que existe principalmente nos dentes que foram encontrados", explicou o delegado.