A mãe do menino Joaquim Ponte Marques, 3 anos - morto em Ribeirão Preto (SP) -, Natália Mingoni Ponte, 29 anos, disse pela primeira vez, depois de cinco depoimentos à polícia, acreditar que seu marido, Guilherme Raymo Longo, pode ter matado seu filho. A declaração foi dada à polícia no último dia 18. As informações são do Jornal Nacional.
No depoimento divulgado pelo Jornal Nacional, Natália afirma acreditar também que o menino pode ter aberto sozinho a porta de casa e saído, mas que ele não tinha esse costume.
Para o promotor responsável pelo caso, Marcus Túlio Nicolino, a motivação do crime seria o ciúmes que Guilherme sentia de Joaquim.
Mãe também pode ser responsabilizada
Nicolino afirmou nesta segunda-feira que Natália pode responder por omissão, caso Guilherme seja indiciado pela morte, de acordo com a EPTV. De acordo com Nicolino, as investigações apontam, cada vez mais, para a responsabilidade de Guilherme no crime. Segundo o promotor, a alegação do padrasto de que uma terceira pessoa teria matado o garoto não tem sustentação.
?Eu prefiro esperar os laudos periciais, que podem nos revelar muitas coisas sobre esse caso, mas eu posso adiantar que a prova indiciária é muito forte, principalmente contra o padrasto do Joaquim. Depois de todo o trabalho que foi feito, nós podemos concluir que não havia possibilidade nenhuma de terceiros de terem participado do evento. Não é possível que pessoas tenham entrado naquela casa e sequestrado aquele garoto, de maneira nenhuma. A casa é toda vedada, é toda fechada, o portão estava trancado na noite e madrugada em que os fatos aconteceram. Isso foi admitido pelo próprio Guilherme, então não havia possibilidade de pessoas estranhas à casa terem ingressado no imóvel e levado o garoto.?
Desaparecimento
O corpo de Joaquim foi encontrado no último domingo, nas águas do rio Pardo, no município de Barretos, vizinho de Ribeirão Preto - cidade onde o garoto morava. Um exame preliminar de necropsia apontou que o garoto já estava morto antes de ser jogado no rio, segundo a Polícia Civil. A causa da morte, porém, ainda não foi confirmada.
Desde os primeiros dias do desaparecimento, as buscas foram concentradas na região do córrego Tanquinho e no rio Pardo, onde o córrego deságua. Na quarta-feira, um cão farejador da Polícia Militar realizou o mesmo trajeto ao farejar as roupas do menino e as de seu padrasto.
A Polícia Civil já havia pedido a prisão preventiva da mãe e do padrasto de Joaquim, mas a Justiça havia negado. No domingo, porém, a Justiça concedeu um pedido de prisão temporária dos dois, válido por 30 dias. O menino vivia com a mãe, o padrasto e o irmão, Vitor Hugo.
No boletim do desaparecimento registrado na Polícia Civil, a mãe relatou que acordou por volta das 7h e foi até o quarto da criança, mas não a encontrou. Em seguida, procurou pelos demais cômodos e na vizinhança, também sem sucesso. O garoto vestia uma calça de pijama com bichinhos quando foi visto pela última vez.