O juiz José Carlos de França Carvalho Neto, da Vara do Júri e Execuções Criminais de Santo André, decidiu na tarde desta quinta-feira (8) que Lindemberg Alves, de 22 anos, irá a júri popular pela morte da ex-namorada Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos. A decisão foi anunciada após a audiência realizada nesta quinta no Fórum de Santo André, no ABC.
A defesa de Lindemberg recorreu da decisão do júri popular durante a própria audiência, segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo. A Justiça ouviu cinco de acusação, seis testemunhas de defesa e mais três policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), que foram até o fórum a pedido do juiz.
Lindemberg preferiu não falar à Justiça durante o interrogatório. O juiz leu ao acusado ? que ouviu com a cabeça baixa - um resumo do caso, desde o início do sequestro dos adolescentes até os disparos que mataram Eloá em outubro do ano passado. Depois, perguntou o que ele gostaria de falar sobre as acusações. O jovem respondeu, segundo a assessoria do TJ, que preferia se "manter calado nessa oportunidade?.
Nayara Silva, Eloá Cristina Pimentel, e mais dois adolescentes foram feitos reféns por Lindemberg no dia 13 de outubro do ano passado em um apartamento em Santo André. Os dois jovens foram libertados no mesmo dia e as duas meninas seguiram no apartamento. Nayara deixou o local no dia 14, mas retornou no dia 16 após uma tentativa frustrada de negociação. No dia seguinte, a polícia invadiu o apartamento e as duas acabaram baleadas. Eloá, que era ex-namorada de Lindemberg, morreu atingida por dois tiros.
Ele irá responder por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima), duas tentativas de homicídio (contra Nayara e um sargento da Polícia Militar), cárcere privado e disparo de arma de fogo.
Testemunhas
A estudante Nayara Silva, de 15 anos, foi a primeira a ser ouvida. Durante o depoimento de quase duas horas, ela respondeu todas as perguntas feitas pelo juiz. Ela manteve o discurso que deu à polícia sobre o motivo do sequestro. ?Ele entrou [no apartamento] para matar a Eloá. Não admitia que ela não o aceitasse de volta?, teria dito a menina, segundo o Tribunal de Justiça.
As declarações das testemunhas chamadas pelos advogados do acusado terminaram por volta de 15h desta quinta. As pessoas eram vizinhas e amigas da família dele. Segundo o TJ, elas disseram desconhecer histórico de violência por parte do réu contra a ex-namorada Eloá.