A polícia investiga se os manifestantes acusados de chefiar protestos violentos também participaram da depredação de ônibus, durante a paralisação dos rodoviários em maio, como mostrou o RJTV nesta terça-feira (22). Também foi aberto um segundo inquérito para saber como os protestos violentos foram financiados.
Dezoito acusados de organizar atos violentos em manifestações continuam foragidos. Nesta terça-feira (22), a polícia fez novas buscas. Entre os cinco presos, Elisa de Quadros, conhecida como Sininho, é apontada como uma das líderes dos atos violentos. A polícia suspeita que ela tenha ligação com os ataques e destruição de ônibus durante a greve dos rodoviários.
Segundo os investigadores, imagens que fazem parte do inquérito e mostram as anotações feitas por Elisa numa agenda. Em duas páginas, há o endereço de doze empresas de ônibus. Três foram atacadas.
Durante a paralisação, mais de 500 ônibus foram quebrados. A polícia investiga se isso aconteceu por suposta orientação dos manifestantes. Segundo a investigação, foram publicados numa página da internet, por exemplo, os locais das garagens de empresas de ônibus onde os protestos deveriam ocorrer, bem como onde os coletivos deveriam ser destruídos.
O Jornal Nacional revelou ainda uma outra escuta telefônica, feita pela Polícia Civil, entre Elisa de Quadros e uma pessoa não denunciada pelo Ministério Público identificada apenas como Mônica. Na conversa, Mônica fala que vai pegar quentinhas no Sindicato dos Petroleiros (Sindpetro) e Sindicato dos Profissionais de Educação (Sepe), com um homem identificado como Doug. Em nota, o Sepe afirma que não conhece ninguém com este nome.
Mônica - Tô saindo de casa agora, vou aqui no coisa, ver se eu consigo a quentinha no Sepe, através do Doug. Vou pedir pro Doug conseguir uma quentinha pra mim e vou pedir pra alguém lá do Sindpetro conseguir umas 100 quentinhas e o Doug umas 100.
Elisa - Tá bom.
Segundo inquérito
A Polícia Civil do Rio abriu um segundo inquérito para investigar de onde veio o dinheiro que financiou os atos violentos. No primeiro inquérito, que já foi concluído, a corporação cita indícios de que o dinheiro pode ter sido desviado de sindicatos e movimentos sociais.
O relatório cita a Federação Internacionalista dos Sem-teto (Fist) e o Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro). Segundo a polícia, o representante da Fist e Sindpetro nos protestos é Jair Seixas Rodrigues, conhecido como "Baiano", que recebe dinheiro da Fist para ser agitador (por isso utiliza megafone para incitar manifestantes), bem como e para mobilizar pessoas, geralmente, usuários de crack e punks para invadir e ocupar prédios.
Edison Munhoz, diretor do Sindpetro, disse que o sindicato é contra qualquer ato violento, não dá apoio, não financia e não participa de nenhum ato que leve à violência. O Sindipetro nega que Jair Seixas Rodrigues, faça parte do Sindipetro.
O relatório também cita Filipe Proença de Carvalho Moraes, conhecido como "Ratão", que seria integrante do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe). Testemunhas ouvidas pela polícia disseram que ele organizou o protesto violento do dia 28 de junho.
Em nota, o Sepe disse que ele não faz parte da direção da entidade que o sindicato nunca apoiou atos violentos nem a dilapidação do patrimônio público ou privado.
Os sindicatos também disseram que não foram comunicados até agora sobre nenhuma investigação da polícia. O advogado Marino D?Icaraí, que defende Elisa Quadros e outros 14 acusados, disse que não tem como responder nenhuma acusação porque ainda não teve acesso a uma cópia do processo.