Líder do PCC define onde os ladrões podem roubar Rolex

Bandidos presos são suspeitos de terem assassinado um bancário italiano.

Rolex. | Reprodução
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Seis pessoas foram presas na terça-feira (27) sob suspeita de integrar a rede criminosa do empresário Leandro Rafael Pereira da Silva, de 28 anos, o Léo Gordão, detido no dia 14 deste mês e acusado de ordenar a morte de policiais militares em São Paulo. As investigações apontam também que o Primeiro Comando da Capital (PCC) loteou entre criminosos as áreas onde cada um pode assaltar - os presos de terça-feira (27) integravam uma quadrilha de ladrões e receptadores de relógios de luxo que atuava nos Jardins, na zona sul.

"Enquanto esse grupo agia somente nos Jardins, a região do Aeroporto (de Congonhas), por exemplo, pertencia a outro grupo", explicou o delegado Celso Marchiori, titular da 5.ª Delegacia do Patrimônio (roubo a banco) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), que acompanha o grupo por interceptações telefônicas desde julho. "Eles pediam autorização do Léo Gordão para roubar (relógios) Rolex na região dos Jardins", disse Marchiori. Léo Gordão é líder do PCC, ou "sintonia-geral da quebrada" na região do Campo Limpo, também na zona sul de São Paulo.

Os bandidos presos na terça-feira (27) são suspeitos também de terem assassinado o bancário italiano Tommaso Vicenza Lotto, de 26 anos, em julho deste ano, no cruzamento das Avenidas 9 de Julho e São Gabriel. "A área de atuação e a forma de agir são as mesmas, mas ainda precisamos ter provas materiais de que eles cometeram esse crime", afirmou Marchiori.

Acusados

Entre os presos está o ex-agente de telecomunicações da Polícia Civil Carlos Renato Vieira Lopes, de 39 anos, acusado de manter relação próxima com Léo Gordão e de falsificar documentos usados por criminosos ligados ao PCC. Ele foi visto em agosto e setembro entregando documentos de identidade falsos para Maurício Russo de Oliveira, de 31 anos, e Thiago Doria dos Anjos, também de 31, presos logo após o recebimento dos documentos.

Lopes não foi detido na ocasião para não prejudicar o andamento das investigações sobre a quadrilha que foi presa ontem. Interceptações telefônicas apontam que Lopes ainda mantinha contato com policiais do Rio e de Minas para falsificar carteiras de habilitação e outros documentos nos dois Estados. Ele ainda intermediava a compra e venda de armas para a facção.

Além de Lopes, foram presos Edrizio Venancio de Mello, de 43 anos, e Marcone de Melo Bezerra, de 32, acusados de executar os roubos de relógios na região dos Jardins. Eles escondiam armas em compartimentos dentro dos capacetes e, por isso, usavam pistolas pequenas, como a 6,35mm. Segundo a polícia, eles já assumiram cinco assaltos.

A polícia prendeu também Marco Antonio dos Santos, de 43 anos, e os irmãos Felipe, de 23, e Fredson de Abreu Lião, de 27, acusados de receptação dos produtos roubados. O primeiro é proprietário de uma loja na Galeria Ouro Fino, na Rua Augusta, também nos Jardins. Com os suspeitos, foram apreendidos relógios, armas e objetos de luxo, como estojos da loja Tiffany e quatro espadas.

Segundo Marchiori, outras sete pessoas devem ser presas nos próximos dias, na terceira etapa das investigações. Um deles é um advogado flagrado em escutas passando orientações para os bandidos despistarem a polícia durante uma prisão. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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