O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, comemorou a megaoperação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC) realizada nesta quinta-feira (28). Para ele, esta quinta é um momento "auspicioso" no combate ao crime organizado.
Mais cedo, um força-tarefa do Ministério Público de São Paulo, Ministério Público Federal e polícias Federal, Civil e Militar cumpriu mandados em dez estados contra rede ligada ao PCC que adulterava combustíveis e lavava dinheiro. Os alvos são investigados por fraudes fiscais, ambientais e econômicas.
Ele também disse que o Brasil, nos últimos anos, tem observado a migração de organizações criminosas da ilegalidade para a legalidade, fenômeno que, segundo o ministro, também ocorre em outros países.
Hoje é, para a segurança pública e para o governo do Brasil, um momento muito auspicioso no que diz respeito ao combate ao crime organizado. Estamos observando migração da ilegalidade para a legalidade. Importante dizer que esse não é só um fenômeno brasileiro, mas mundial, e tem se intensificado. Temos verificado que, para combater esse fenômeno, não basta mais apenas uma operação, ou várias operações de natureza policial. É preciso uma atividade integrada de todos os órgãos governamentais, e nesse caso os órgãos fazendários, da Receita Federal, são imprescindíveis nessa tarefa
Lewandowski disse que a operação desta quinta é uma das maiores contra o crime organizado e a lavagem de dinheiro no Brasil e no mundo, "sobretudo em sua atuação no mercado legal" de combustíveis.
Durante entrevista a jornalistas em Brasília, o titular do Ministério da Justiça a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, enviada pelo governo ao Congresso. O texto tem enfrentado a resistência de parlamentares da oposição.
Quero dizer sobre a importância da PEC da Segurança que tramita no Congresso. O objetivo da PEC é que todas as forças de segurança se entrosem, inteligências compartilhadas e operações coordenadas. Precisamos institucionalizar isso. Esperamos que a PEC seja aprovada em breve, o que tornará essas operações cotidianas
Números da operação
Além de Ricardo Lewandowski, participaram de uma coletiva de imprensa em Brasília, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, além de representantes da Receita Federal.
Haddad afirmou que a megaoperação alcançou o "andar de cima" do crime organizado e a "refinaria do crime".
Segundo o ministro da Fazenda, a organização criminosa movimentou R$ 52 bilhões em quatros anos.
Já o diretor da Polícia Federal apresentou um balanço parcial da operação.
Segundo Andrei Rodrigues foram:
- 141 veículos apreendidos
- 1.500 veículos sequestrados
- Mais de R$ 300 mil em dinheiro vivo apreendido
- 41 pessoas físicas e 255 pessoas jurídicas alvos de ordens judiciais
- bloqueados de mais de R$ 1 bilhão
- fechados 21 fundos de investimentos
- sequestrados 192 imóveis
- apreendidas duas embarcações