Após um mês do crime, laudos cadavéricos confirmaram que a causa da morte de estudante e pasdrasto em Pirenópolis foi mesmo explosão. Loanne Rodrigues, de 19 anos, e o padrasto Joaquim Lourenço da Cruz foram encontrados mortos, abraçados e amarrados em uma árvore de um morro da cidade, que fica a 150 Km de Brasília.
A principal suspeita da polícia é de que o próprio padrasto tenha sido o responsável pelo crime. A polícia investiga ainda uma carta e bilhetes recebidos por Loanne.
A polícia de Goiás encontrou os bilhetes na casa de Loanne. A suspeita é que a letra seja do padrasto, Joaquim.
No bilhete, Joaquim supostamente diz para doar tudo que era dele e pede para enterrá-lo com uma toalha do Flamengo. O delegado Rodrigo Luiz Jayme enviou a prova para o exame grafotécnico que vai apurar se a letra é mesmo do padrasto.
? Ele tinha um sentimento de posse por ela e demonstrava uma paixão e ciúmes fora de controle. Acreditamos que ele planejou tudo.
Outro bilhete supostamente escrito pelo padrasto para a enteada reforça a tese de que a relação que ele tinha com ela não era somente paternal. No texto, o padrasto se mostra contrariado porque a enteada teria pintado o cabelo. Ele reprova a mudança no visual e diz que não quer mais vê-la. Agora, a polícia de Goiás vai pedir exames grafotécnicos no bilhete para comparar com a letra da carta que a jovem recebeu em maio deste ano com ameaças.
O autor da carta lamenta que a jovem tenha sobrevivido a um ataque que sofreu na porta de casa em abril. E ainda comenta: ?Desta vez, seu padrasto maldito não vai estar por perto?.
Para a polícia, a carta pode ser uma artimanha usada por Joaquim para disfarçar a obsessão que teria por Loanne. Em depoimento, o filho do primeiro casamento de Joaquim disse que notava que o pai tinha muito cuidado com a enteada.
O delegado disse que em abril, Loanne levou uma paulada na cabeça quando chegava em casa. Os ferimentos na cabeça da jovem foram tão graves que ela precisou ficar internada durante alguns dias no Hospital de Urgências de Anápolis, onde morava. Na ocasião, um boletim de ocorrência chegou a ser registrado, mas as investigações não continuaram.
Jayme informou que a mãe de Loanne, Sandra Rodrigues da Silva, esteve na delegacia para prestar esclarecimentos e afirmou que, de fato, o marido, com quem foi casada durante sete anos, tinha um carinho enorme pela moça, mas não acredita que ele tenha sido o responsável por tudo o que aconteceu.
? Ela nos afirmou com clareza, em conversa informal, que o marido vigiava Loanne nas festas, ligava o tempo todo no celular demonstrando preocupação e um ciúme incontrolável. Quando ela não atendia, insistia até que atendesse e chegava a ser agressivo quando isso acontecia. Apesar disso, ela nega que pudesse haver qualquer tipo sentimento ou envolvimento amoroso entre os dois.
No local do crime foram encontradas cordas, correntes, barraca, faca e até um colchão que, para o delegado, pertenciam ao padrasto da moça.
Para investigar a fundo o caso, a polícia também pediu a quebra do sigilo telefônico da mãe da jovem. Apesar de ela não ser suspeita, a hipótese de envolvimento de outras pessoas no crime não está descartada.
O delegado espera receber novos laudos na semama que vem para ter condições de concluir o inquérito.