Justiça solta adolescente que matou amiga com um tiro em condomínio em MT

Ao invés de homicídio doloso, a Justiça considerou que o crime passou a ser homicídio culposo, ou seja, quando não há intenção de matar.

Adolescente morta | Reprodução
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A adolescente de 16 anos condenada por matar a amiga, Isabele Ramos, com um tiro na cabeça em um condomínio de luxo, em Cuiabá, em 2020, conseguiu uma decisão favorável da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e foi solta na noite de quarta-feira (8).

A adolescente cumpria pena de três anos no Lar Menina Moça, que fica no Complexo do Pomeri, na capital. A cada seis meses, a Justiça decide sobre a manutenção ou não da internação.

A defesa da adolescente conseguiu, nesta quarta, reverter a decisão da condenação. Ao invés de homicídio doloso, a Justiça considerou que o crime passou a ser homicídio culposo, ou seja, quando não há intenção de matar.

A jovem foi solta com o alvará do juiz de primeira instância.

Isabele Ramos foi morta com um tiro na cabeça pela própria amiga - Foto: Reprodução

Durante julgamento do recurso de apelação, os desembargadores Juvenal Pereira e Gilberto Giraldele votaram pela manutenção da sentença da condenação da adolescente. Rondon Bassil votou pela absolvição total e afirmou que sentença estava em estado de erro.

Já os desembargadores Márcio Vidal e Luiz Carlos da Costa votaram pra desclassificar a sentença, mudar a classificação do crime de homicídio doloso - quando há intenção ou assume o risco de matar, pra homicídio culposo - quando não há intenção de matar, mas há negligencia, imperícia ou imprudência, um erro evitável que leva a morte de alguém.

Diante do empate permaneceram os dois votos na alteração do tipo de assassinato. A menor foi internada em unidade de medida socioeducativa em Cuiabá no dia 19 de janeiro de 2021.

Mãe da jovem relata indignação com soltura da adolescente - Foto: Reprodução

A mãe de Isabele Ramos, relata indignação após a Justiça soltar a adolescente. Patrícia Ramos afirma que ficou surpresa com a decisão da Justiça. "Estou indignada, surpresa, aflita. Minha filha não foi morta com uma arma de gatilho simples, mas uma arma que teve que ser municiada, alimentada e carregada. A atiradora era perita nisso", afirma.

"[Isabele] foi morta sem qualquer chance de defesa. Desqualificar esse crime de doloso para culposo é inconcebível. Não vou me calar diante de tamanho absurdo", diz Patrícia, mãe da jovem morta.

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