A juíza Marixa Rodrigues, do Tribunal do Júri de Contagem (MG), determinou na quarta-feira a quebra do sigilo telefônico do goleiro Bruno e mais três acusados - Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, Flávio Caetano de Araújo e J., primo do atleta. Policiais da Delegacia de Homicídios de Contagem querem cruzar os telefonemas feitos e recebidos pelos suspeitos e o local onde eles estavam nos dias antes do desaparecimento de Eliza.
Essas informações poderão ser obtidas pelos dados das estações rádio-base (ERBs), antenas que indicam o ponto onde ocorreram as ligações. A juíza já havia quebrado os sigilos telefônicos de Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, mulher do goleiro, e de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão.
Ontem, o delegado Édson Moreira, chefe do Departamento de Investigações de Homicídios de Minas Gerais, acenou com a possibilidade de oferecer delação premiada aos acusados do crime que decidirem colaborar com as investigações da polícia. "Esse pedido poderá ser feito à Justiça", afirmou. Por enquanto, apenas dois primos de Bruno - J. e Sérgio Rosa Salles - estão ajudando a esclarecer o desaparecimento.
A delegada Ana Maria dos Santos, da Delegacia de Homicídios de Contagem, reafirmou também que Fernanda Gomes de Castro, 32 anos, amante do goleiro, deverá ser chamada para prestar depoimento nos próximos dias. A jovem foi citada por J. outra vez ontem, em depoimento à polícia. "Ele confirmou que estava na casa com o Macarrão e com uma mulher que cuidou do bebê. A investigação remete para a Fernanda depor. Por isso, ela será chamada para se explicar", disse a delegada.
O advogado Ércio Quaresma, que defende Bruno e outros cinco suspeitos, deve entrar nesta quinta-feira com pedido de habeas-corpus em favor do goleiro. As solicitações de liberdade provisória serão feitas uma a uma, e a primeira será a de Bruno. Em seguida, a defesa planeja pedir a liberdade de Elenílson Vitor da Silva, caseiro do sítio do atleta. "Ele não respondeu a nenhuma das 20 perguntas formuladas pelos delegados, se reservou ao direito de permanecer em silêncio e só falar em juízo. Estão querendo colocar um contra o outro", disse o advogado.