A 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio negou por unanimidade, nesta segunda-feira, um recurso apresentado pela defesa do pastor Marcos Pereira contra a sentença, em 1ª instância, que o havia condenado a 15 anos de reclusão por estupro. A relatora foi a desembargadora Suely Lopes Magalhães. Em setembro do ano passado, o juízo da 2ª Vara Criminal de São João de Meriti havia sentenciado o pastor. De acordo com os autos, o crime foi cometido no final de 2006, contra uma seguidora da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, igreja presidida pelo réu. O estupro aconteceu nas dependências da igreja.
Na ocasião do julgamento, em setembro de 2013, uma das vítimas contou que foi estuprada dos 14 aos 22 anos, e outras três disseram que também foram atacadas quando ainda eram menores de idade. As orgias aconteciam, segundo a Polícia Civil, tanto na igreja quanto no apartamento do pastor, na Avenida Atlântica, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. O imóvel custa R$ 8 milhões.
Na época em que o pastor Marcos foi preso, o delegado Márcio Mendonça, titular da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), descreveu a dinâmica dos estupros: o pastor permanecia no gabinete dele e ligava para as vítimas, pedindo que elas tivessem um momento a sós com ele. Após fechar as portas, o pastor tentava convencer as vítimas a fazer sexo. Quando elas reagiam, ele usava a força.
Uma das seis vítimas afirmou que foi estuprada após o pastor ligar pedindo que ela levasse um café em sua sala. As vítimas eram fiéis da igreja, que iam até a Assembleia de Deus dos Últimos Dias, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, fazer um trabalho voluntário. O site chegou a publicar escutas ?picantes? do pastor com suas fiéis. Em uma das quatro conversas a que o EXTRA teve acesso com exclusividade, o pastor, antes de se despedir de uma fiel que falava com ele do seu celular de seu carro, avisa: "Tô com saudade do seu rabo".