O juiz Alexandre Abrahão Teixeira, do 3º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, inocentou seis policiais militares acusados de matar a auxiliar de serviços gerais Cláudia Ferreira e arrastar o corpo dela em um carro da PM, em março de 2014, na zona norte do Rio de Janeiro. Eles respondiam por homicídio e por remover o corpo dela do local do crime.
DECISÃO JUDICIAL. Na decisão, o juiz afirma que os policiais atiraram em traficantes e incorreram em "erro de execução". "Os acusados agiram em legítima defesa para repelir a injusta agressão provocada pelos criminosos, incorrendo em erro na execução, atingindo pessoa diversa da pretendida", argumentou o juiz Alexandre Abrahão Teixeira.
A decisão inocentou o capitão Rodrigo Medeiros Boaventura, que comandava a patrulha, e o sargento Zaqueu de Jesus Pereira Bueno. Os subtenentes Adir Serrano Machado e Rodney Miguel Archanjo, o sargento Alex Sandro da Silva Alves e o cabo Gustavo Ribeiro Meirelles, denunciados pela remoção do corpo da Cláudia do local também foram absolvidos.
No âmbito do mesmo processo, o magistrado decidiu levar a julgamento pelo Tribunal Popular do Júri o traficante Ronald Felipe dos Santos, que está foragido. O criminoso trocou tiros com os policiais, segundo as investigações.
RELEMBRE O CRIME: Cláudia Ferreira foi baleada no pescoço após sair de casa para comprar pão, no Morro da Congonha, em março de 2014. Os policiais militares colocaram Cláudia na viatura alegando que estavam socorrendo a vítima. No trajeto até o hospital, o compartimento da viatura abriu e o corpo da mulher foi jogado para fora do veículo e arrastado em plena via pública e em plena luz do dia por cerca de 350 metros. A vítima tinha 38 anos, era auxiliar de serviços gerais, mãe de quatro filhos e criava quatro sobrinhos.