A Justiça de São Paulo remarcou o julgamento do motoboy Sandro Dota, acusado de matar a cunhada, Bianca Consoli, para 18 de setembro deste ano. Na manhã desta quinta-feira (25), o júri foi dissolvido. Com isso, novos jurados serão escolhidos e o julgamento voltará à estaca zero.
Logo no início do terceiro dia de júri, Dota disse que não confiava mais em seu defensor, o advogado Ricardo Martins, e pediu que ele fosse retirado do caso.
A juíza Fernanda Afonso de Almeida precisou dissolver o conselho de sentença.
O julgamento começou na terça-feira, quando foram ouvidos a mãe de Bianca, a delegada Gisele Priscila Capello Lelo e o investigador Mauríciu Vestyik. Eles também afirmaram durante os depoimentos que Dota assediava Bianca e que ele apresentava arranhões nos braços após o crime.
Ontem, foi ouvida a perita criminal Margarete Mitiko, que voltou a apontar a compatibilidade entre o sangue do réu e o encontrado em Bianca após o crime. "O sangue encontrado debaixo das unhas da vítima é compatível com o colhido na calça usada pelo réu", afirmou.
Antes dela, já tinha sido ouvida a perita Ana Cláudia Pacheco, que também apontou compatibilidade. Ela foi ainda questionada sobre uma possível fraude no exame, mas afirmou que "isso só existe em novela." Também foram ouvidos a papiloscopista policial Alaide Mariano, uma amiga de Bianca e um pedreiro que teria trabalhado na casa da jovem na época do crime.
Mais cedo, foi ouvida irmã da jovem e mulher do réu, Daiana Consoli. Ela afirmou que o acusado "era possessivo e não gostava de ser contrariado." Disse que acreditava na inocência de Dota logo após o crime, mas acabou percebendo que havia "algo errado", quando ele se negou a fornecer material para o DNA.
Também depôs nesta terça-feira, o namorado de Bianca, que disse que o réu já tinha "mexido" com a jovem, e a perita Angélica de Almeida, que disse que ela morreu por asfixia e havia lesões no corpo da jovem que indicava luta corporal entre ela e seu assassino.
O CASO
Bianca foi morta na noite de 13 de setembro de 2011, na casa onde vivia com seus pais, na zona leste de São Paulo. Ela foi encontrada com um saco plástico na cabeça e sinais de enforcamento.
Os pais de Bianca estavam trabalhando e ela estava sozinha em casa quando foi assassinada. A tia dela, que mora ao lado, estranhou ao ver as janelas da casa abertas, com todas as luzes e TVs ligadas. O portão estava trancado.
Quando a mãe da jovem chegou, chamou um primo de Bianca, de 10 anos, para pular o portão e abri-lo por dentro. Os familiares, então, entraram na casa e encontraram a jovem estendida na sala, perto de uma porta que dá acesso à sacada. Alguns móveis da casa estavam revirados, mas nada foi roubado.