Justiça de MG nega habeas corpus para goleiro Bruno

Segundo a assessoria do tribunal, o jogador afirmou ter sofrido “constrangimento ilegal”

Goleiro Bruno | Divulgação
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O desembargador Doorgal Andrada, da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, negou nesta quarta-feira (1º) pedido de habeas corpus a favor do goleiro Bruno Souza, réu em processo sobre desaparecimento de Eliza Samudio, sua ex-amante com quem teria um filho. Nesta quinta, um dos réus no processo, Sérgio Rosa Sales, conhecido como Camelo e primo do goleiro Bruno, mudou de advogado e desmentiu que tenha sido torturado.

Segundo a assessoria do tribunal, o jogador afirmou ter sofrido ?constrangimento ilegal? ao alegar que a juíza Marixa Fabiane, do 1º Tribunal do Júri de Contagem (MG), onde tramita o processo, não teria permitido que seu advogado e dos demais réus fizessem perguntas durante os interrogatórios dos réus, que ocorreu no período de 8 a 12 de novembro deste ano, no fórum de Contagem.

O desembargador, que foi o relator, negou o pedido ao afirmar que a magistrada informou ?claramente? ter concedido aos defensores de todos os réus a possibilidade de intervir durante os interrogatórios realizados. Ainda de acordo com o relator, a ata da audiência em que ocorreram os depoimentos foi anexada ao processo. Os desembargadores Herbert Carneiro e Eduardo Brum acompanharam o voto do relator em ambos os recursos.

Na mesma sessão foi negado pedido de habeas corpus para Elenílson Vítor da Silva, ex-administrador do sítio de Bruno, localizado em Esmeraldas (MG).

Outro HC feito em favor de Dayanne de Souza, ex-mulher do atleta, que poderia ser analisado ontem, foi encaminhado à Procuradoria?Geral de Justiça para que o órgão dê seu parecer. A próxima sessão da 4ª Câmara Criminal será feita no dia 15 deste mês. Caso a procuradoria tenha dado parecer, o pedido poderá ser analisado nesta data. Ela está presa no complexo penitenciário feminino Estevão Pinto, em Belo Horizonte.

Mudança de advogados

O advogado Marco Antônio Siqueira voltou a defender o réu Sérgio Rosa Sales, conhecido como Camelo e primo do goleiro Bruno. Siqueira apresentou uma petição ontem no fórum de Contagem (MG) juntamente com uma carta de Sérgio na qual ele desemente ter sido torturado durante reconstituição feita no sítio do goleiro, na época das investigações feitas pela Polícia Civil de Minas Gerais.

De acordo com a carta, Camelo disse ter sido pressionado por Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e por advogados de réus para dizer que havia sido torturado.

O programa "Fantástico", da TV Globo, exibiu o vídeo da reconstituição no dia 24 de outubro. Nas imagens, Camelo aparece indicando locais e respondendo perguntas feitas por delegados que cuidaram da investigação. Durante seu interrogatório dado à juíza Marixa Fabiane, no dia 10 do mês passado, Sales afirmou que havia sido torturado pelos delegados Júlio Wilke e Aleesandra Wilke.

Segundo seu depoimento, as agressões ocorreram em um quarto, na área externa do sítio. ele havia afirmado que um saco plástico foi colocado em sua cabeça, o que teria provocado sangramento no nariz. Ele ainda afirmou, durante seu interrogatório, que foi obrigado a lavar o rosto para que o sangue não aparecesse na filmagem. Quem estava defendendo o Camelo era o advogado Willer Vidigal, que trabalha com o Siqueira.

Siqueira defendia Camelo desde o ínicio do inquérito policial, mas em uma audiência realizada no dia 3 de novembro, na cidade de Ribeirão das Neves, Camelo havia desconstituído Siqueira e nomeado Willer Vidigal.

A alegação de Camelo para a saída de Siqueira fora a de que ele havia sido indicado pelo delegado Edson Moreira, chefe do departamento de investigações de Minas Gerais, um dos delegados que conduziram a investigação. Segundo Camelo, Moreira teria indicado Siqueira no intuito de que ele o orientasse a dar depoimentos que incriminassem os demais envolvidos.

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