A Justiça de Volta Redonda, no interior do estado do Rio, aceitou o pedido do Ministério Público para arquivar o inquérito contra Clóvis Perrut Mantilla. Ele foi indiciado por homicídio culposo, após ter esquecido a filha Manuella, de 10 meses, dentro de seu carro, com os vidros fechados, por quatro horas, em 8 de novembro. A menina morreu asfixiada. Para o MP, Clóvis merecia o perdão judicial.
?Posso afirmar que a vida do indiciado nunca mais será a mesma, pois carregará o fardo da morte de sua filha, de 10 meses, até a sua própria morte. Afirmamos que esta é a sentença do indiciado, viver triste até a sua morte e com o fardo de ter causado a morte de sua Manuzinha, de seu anjinho, como afirmado pelo próprio indiciado?, disse o Promotor de Justiça Bruno de Faria Bezerra.
De acordo com o pedido de arquivamento, Clóvis não costumava levar a menina para creches. Geralmente, dois funcionários da família levavam a criança. Naquele dia, no entanto, coube ao pai levar a filha.
Segundo depoimentos prestados ao promotor de Justiça Bruno de Faria Bezerra, no caminho Clóvis recebeu a ligação de um amigo com quem tratava da compra de um carro. Ele decidiu encontrar o rapaz e, por volta das 13h, esqueceu a menina trancada no carro, dentro de um estacionamento.
O pai só se lembrou que havia deixado a menina no carro às 17h30 quando recebeu uma ligação da mulher, Camila Suhett Mantilla. Em desespero, Clóvis pegou carona de um motoqueiro e de um táxi para chegar ao estacionamento. A menina foi levada pelo próprio pai para o hospital, mas já chegou morta, com sinais de asfixia.