Julgamento de Bruno é adiado e fica para março de 2013

O promotor Henry Wagner Vasconcelos não descartou a possibilidade de o fato ter sido armado pelos advogados.

Julgamento do goleiro Bruno, acusado de matar Eliza Samudio | Reprodução
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A juíza Marixa Rodrigues mudou novamente a data do julgamento do goleiro Bruno, acusado do desaparecimento e morte de Eliza Samudio, em junho de 2010. A nova data do júri será 4 de março de 2013.

Além de Bruno, outros quatro réus do crime serão julgados na mesma data. São eles: a ex-mulher do goleiro, Dayanne Souza, o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, o ex-administrador do sítio de Minas Gerais, Elenilson Vitor da Silva, e o amigo do goleiro, Wemerson Marques de Souza.

A mudança de data se deve a dificuldade para formar o conselho de sentença nos meses de janeiro e fevereiro, período de férias escolares. Segundo a magistrada, para compor o júri --que deve ter inicialmente 25 jurados-- é preciso reunir 70 pessoas que passarão pela seleção.

Elenilson e Wemerson não eram réus no julgamento que iniciou nesta segunda-feira (19) no fórum de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, mas também respondem pelo crime. O julgamento deles ainda não havia sido marcado.

No início da sessão de hoje, Bruno apresentou novos advogados de defesa e pediu o desmembramento de seu julgamento, que foi acatado pela juíza.

O goleiro pediu a palavra no plenário e apresentou os novos defensores que comporão a banca: Lucio Adolfo da Silva e outros quatro advogados. Feitas as apresentações, Bruno pediu o adiamento de seu julgamento, pois Silva não tem conhecimento do processo e precisa de tempo para ficar a par dos autos.

O promotor do caso, Henry Wagner Castro, se manifestou, alegando que se tratava de uma manobra da defesa. "Essa atitude tem todos os contornos de um autêntico abandono, pois aqui não estamos falando de uma destituição", disse. "Algumas das defesas sobre a capa da astucia e da bravata só manobram."

A juíza, no entanto, entendeu que não era uma manobra e concordou com o desmembramento.

Com as novas mudanças, o outro advogado de Bruno, Francisco Samim, afirmou que ele e Tiago Lenoir deixaram sua defesa para Silva assumir a titularidade do caso. "O Lucio assume tudo", afirmou.

O julgamento do ex-secretário de Bruno, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e da ex-namorada, Fernanda Castro, deve continuar nesta quarta-feira.

Advogado queria confissão dos réus

Um dia antes de entrar na defesa do ex-goleiro Bruno Fernandes, Tiago Lenoir expressou em sua página no microblog Twitter, opinião sobre a participação do atleta no desaparecimento e morte de Eliza. A mensagem dizia: ?O Bruno e Macarrão deveriam confessar o homicídio e negar a ocultação de cadáver e sequestro. Daí pega 6 anos e volta a jogar?.

Em outra mensagem, o advogado criticou defensores, chegando a apostar cerveja sobre o resultado.

Francisco Simim rebateu as supostas declarações do assistente Lenoir. ?Ontem ele tinha uma opinião, hoje tem outra. O Bruno já sabe e o caso já foi administrado. A estratégia da defesa é a inexistência do crime?, afirmou. Lenoir negou as declarações.

Simim disse que as reviravoltas no início da sessão faziam parte de ?estratégia para que Bruno fosse julgado sozinho?. Após uma hora atuando sozinho, ele disse que não sabia o que iria acontecer. ?Fui pego de surpresa. Advogado é como jogador, depende de resultado?, disse. Dayanne foi embora de táxi após o desmembramento do julgamento.

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