Juíza manda soltar mulher de boxeador achado morto

FIcou concluído que a suspeita não teve envolvimento com o caso.

Mulher de boxeador é solta | Divulgação
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A juíza Ildete Veríssimo, de Ipojuca (PE), assinou, nesta quinta-feira (30), o alvará de soltura de Amanda Barbosa Rodrigues, 23 anos. Ela foi presa sob suspeita de assassinar o marido, o boxeador Arturo Gatti, encontrado morto em 11 de julho. À polícia, Amanda negou envolvimento.

Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), o alvará foi assinado pela juíza a pedido do delegado Paulo Alberes, que conduzia as investigações. Ainda de acordo com o TJ, o relatório dizia que, com base nos depoimentos colhidos e nos laudos da perícia, ficou concluído que a suspeita não teve envolvimento com o caso.

Em entrevista, nesta quinta, o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Manoel Carneiro, o gestor do Instituto de Criminalística (IC), Evson Lira e o delegado de Ipojuca Paulo Alberes, confirmaram que o resultado das investigação é de que Gatti cometeu suicídio.

A assessoria informou que Amanda deve deixar a Colônia Penal Feminina no Recife, onde está presa desde 12 de julho, ainda nesta tarde. O advogado dela, Célio Avelino de Andrade, disse ao G1 que ainda não conversou com sua cliente, mas deve acompanhar o processo de soltura.

A morte

Arturo Gatti foi encontrado morto em um flat alugado em Porto de Galinhas, em Ipojuca. No mesmo dia, 11 de julho, Amanda prestou depoimento e negou ter matado o marido. Ela foi transferida para a colônia penal no dia seguinte.

No dia 14 de julho, o advogado Célio Avelino informou que entraria com um pedido de relaxamento de prisão. ?Eu entendo que a autoridade policial se equivocou quando considerou Amanda suspeita?, disse.

O pai de Amanda, Milton Rodrigues, e a irmã, Flávia Rodrigues, acompanharam as investigações. ?É horrível, uma acusação sem nexo. É horrível ver minha irmã lá dentro. Ele [Arturo Gatti] era completamente apaixonado pela minha irmã, totalmente dedicado?, disse Flávia. ?Que venha a verdade, ela é inocente?, afirmou o pai.

Hipótese

A suspeita inicial da polícia era de que o pugilista tivesse sido assassinado pela mulher. Ela teria enforcado o marido enquanto ele dormia. Amanda teria sido a primeira pessoa a encontrar o corpo da vítima na sala do apartamento, onde o casal passaria um mês de férias. O delegado Josedite Ferreira, que acompanhava as investigações na ocasião, disse que havia encontrado inconsistências no depoimento.

Segundo ele, a mulher do pugilista havia dito que acordou às 6h, chamou pelo marido, mas achou que ele ainda estava dormindo, então resolveu cuidar do filho. Somente por volta das 9h ela teria tocado no corpo do marido e percebido que ele estava morto.

O depoimento

Ferreira afirmou que Amanda contou à polícia que, na noite anterior, o casal estava num bar e teria discutido, supostamente por ciúmes. O boxeador teria empurrado, machucando-a no cotovelo e no queixo. A mulher informou ainda que o marido estaria embriagado.

De acordo com a polícia, o boxeador pegou um táxi com o filho e deixou a mulher sozinha no local. Ela teria contado que tentou se hospedar em dois locais para passar a noite. Funcionários do segundo hotel viram a confusão e não aceitaram Amanda como hóspede, pedindo um táxi para que ela voltasse ao flat onde estava com a família.

Ainda segundo informações da polícia, ao retornar ao flat, Amanda viu que Arturo Gatti já havia saído à sua procura em outro táxi. Ela o aguardou para que o transporte fosse pago e ambos subiram para o apartamento. Ela teria contado ao delegado que foi para o primeiro andar do imóvel, onde o filho já dormia, e o marido ficou no piso inferior, onde adormeceu. A polícia diz que Gatti havia ingerido vinho e cerveja.

O boxeador

Nascido na Itália, mas naturalizado canadense, Arturo "Thunder" Gatti foi campeão mundial dos super pena em 1995, segundo a Federação Internacional de Boxe, e dos super leve em 2004, segundo o Conselho Internacional de Boxe. No ano passado, ele esteve na Bahia para celebrar seu 36º aniversário, que foi comemorado na casa do lutador Acelino Popó Freitas.

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