VAN FINOTTI - MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS)
Uma juíza de Barcelona determinou no fim da tarde espanhola desta sexta-feira (20) a prisão preventiva e sem possibilidade de fiança do jogador de futebol brasileiro Daniel Alves, 39.
Ele havia sido detido pela manhã ao comparecer à delegacia de Las Corts, onde funciona uma unidade contra crimes sexuais, após ser intimado para responder por uma suposta agressão sexual, a qual ele negou em entrevista no início do mês.
De lá, minutos depois de ter chegado, Alves foi transferido para a Cidade de Justiça de Barcelona, onde daria depoimento. Segundo a assessoria do jogador, ele se apresentou voluntariamente.
A suposta agressão sexual teria ocorrido na noite de 30 de dezembro do ano passado na discoteca Sutton Barcelona, que se vende como "um dos clubes mais exclusivos do mundo".
A mulher, cujo nome não foi revelado, afirmou que estava com amigas na boate quando foi ao banheiro. Ali, o jogador teria colocado a mão por baixo de seu vestido.
Segundo o depoimento da mulher, tomado no dia 2 de janeiro, ela retornou chorando para suas amigas, dizendo que havia sido assediada por um "famoso". Os seguranças foram chamados, e a polícia, acionada.
Em 5 de janeiro, Alves participou do programa "Y Ahora Sonsoles", da TV Antena 3, e afirmou que esteve na mesma discoteca que a mulher que o acusa, mas negou ter tocado nela sem permissão.
"Gostaria de desmentir tudo, em primeiro lugar. Eu estive nesse local, com outras pessoas, estava me divertindo. Todo o mundo sabe que eu gosto de dançar. Mas sem invadir o espaço dos outros. Sempre respeitando o entorno. Não sei quem é essa senhorita, não a conheço", afirmou ele.
A polícia da Catalunha, que abriu a investigação sobre o caso, afirma que:
- O suposto crime ocorreu na noite de 30 de dezembro de 2022, em uma boate em Barcelona;
- Segundo fontes policiais ouvidas pela agência de notícias Reuters, ela disse que o jogador a tocou debaixo de sua saia;
- Já o jornal catalão "La Vanguardia" afirmou que a vítima alegou ter sofrido violação sexual por parte de Alves em depoimento nesta sexta-feira (20).
- Após o suposto crime, a mulher se queixou com funcionários da boate;
- A direção da discoteca chamou então a polícia, mas quando os policiais chegaram ao local, o brasileiro já havia ido embora, de acordo com a denúncia;
- A polícia da Catalunha abriu então um inquérito para investigar o caso e, há dez dias, denunciou Daniel Alves à Justiça;
- A Justiça então abriu uma investigação própria - na Espanha, juízes podem investigar um caso antes de levá-lo a julgamento;
- Alves, portanto, ainda não é considerado réu;
- Em entrevista a um programa de TV na Espanha, ele alegou que estava apenas dançando, sem invadir o espaço de ninguém.
Daniel estava de férias na cidade, antes do retorno previsto para o Pumas, do México, após a disputa da Copa do Mundo no Qatar com a seleção brasileira. Alves deixou o futebol europeu em 2022, quando fechou seu segundo ciclo no Barcelona.
O brasileiro havia pedido licença ao clube mexicano para se ausentar de uma partida do campeonato, devido à morte da sogra, mãe da modelo espanhola Joana Sanz. Por isso, estava em Barcelona nesta semana.