O juiz Gersino Donizete do Prado, preso por extorquir dinheiro de um empresário 170 vezes, perdeu o cargo de magistrado. Com a decisão, o ex-integrante da 7ª vara de São Bernardo do Campo, no ABC, deixará de receber aposentadoria de R$ 52 mil, segundo o Tribunal de Justiça (TJ).
A denúncia foi feita pela Procuradoria Geral de Justiça. Em 2015, o Tribunal de Justiça determinou a aposentadoria compulsória do juiz, alegando que as faltas cometidas por ele eram gravíssimas no que diz respeito a recebimentos de vantagens e benefícios de empresa privada.
O presidente do TJ, desembargador Paulo Dimas de Bellis Mascaretti, porém, determinou que Prado perdesse o cargo de juiz de direito a partir de 31 de outubro. Ele está detido em São Paulo desde o início de outubro.
De acordo com o SP2, o empresário José Roberto Ferreira Rivielo tinha uma empresa que fabricava peças para carros. Quando o negócio ameaçou quebrar, ele entrou com um pedido de recuperação judicial para não ir à falência. O empresário disse que o juiz aceitou o pedido, mas, em troca, exigiu colaborações que começaram em R$ 1 mil e chegaram a R$ 4 mil, R$ 5 mil por semana.
“Era um homem muito fino. Dei relógios caros, dei relógio de R$ 20 mil, de R$ 12 mil, de marcas conhecidas. Dei colar de esmeralda no aniversário da mulher dele”, relatou o empresário.
A condenação de Gersino Donizete foi de 8 anos e 4 meses de prisão em regime fechado, mas a pena foi convertida para o semiaberto, que é quando o preso trabalha durante o dia e dorme no presídio a noite. Por enquanto, o juiz continua no regime fechado porque ainda não apresentou um trabalho fixo.