Jovem planejou morte da família por não ter permissão para se casar

Menina conheceu os suspeitos da tentativa de homicídio na igreja

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A tentativa de assassinato a machadadas e golpes de martelo e faca, arquitetada por uma adolescente de Três Coroas, no Vale do Paranhana, contra os próprios pais e o irmão de 19 anos, ocorreu porque a família não autorizou que ela se casasse com um dos suspeitos de tentar cometer o crime — identificado como Eugênio Corso David, 37 anos. O ataque ocorreu na madrugada da última quinta-feira, dia 19, quando o homem invadiu a residência da menina junto com Emerson Juliano Pereira Maier, 21 anos, e outro adolescente. Todos estão detidos.

Com o namorado, jovem tenta matar os pais e o irmão em Três Coroas

Segundo a Polícia Civil, a jovem conheceu os suspeitos em um evento religioso em 2014. Ela namorou o adolescente até maio de 2015, quando passou a se envolver com Eugênio David. Eles queriam se casar quando ela completasse 18 anos, mas a família era contra o relacionamento e impedia que eles convivessem.

O que disse à polícia a jovem que planejou matar a família

— As proibições geraram uma série de conflitos e discussões. No dia 16, ela vai até a delegacia e acusa os pais e um amigo da família de ameaças de morte. Nós não constatamos esse teor, mas, sim, apenas advertências. Dois dias depois, acontece o fato — explica o delegado Ivair Moschen Caliari, que investiga o caso. O inquérito deve ser concluído nos próximos dias.

O irmão da adolescente teve uma perna amputada devido aos ferimentos e está na UTI do Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Canoas, na Região Metropolitana. Na sexta-feira, Zero Hora teve acesso à residência em Linha Café, interior de Três Coroas, e constatou as marcas da brutalidade em um cenário que lembra um filme de terror.

Cadeiras, mesas, roupas, lençóis e utensílios misturavam-se a marcas de sangue por todos os cantos da sala e dos quartos. O primeiro ataque ocorreu no quarto do casal. Ao ouvir os gritos, o filho tentou intervir e foi esfaqueado. A mãe salvou a vida dele e do marido ao ferir um dos suspeitos com uma cadeira. Em seguida, o pai da menina e Eugênio David entraram em luta corporal.

O industriário de 48 anos disse, em entrevista, que a filha "não se abria" e que era contra o relacionamento dela porque sabia que não daria certo. Antes de concluir o inquérito, a Polícia Civil fará perícia em aparelhos celulares e tablets dos suspeitos. Eugênio David está em observação no HPS de Canoas, sob custódia da Brigada Militar, e Emerson Maier foi recolhido ao Presídio Estadual de Taquara. Ambos têm prisão preventiva decretada pela Justiça.

O adolescente foi levado ao Centro de Atendimento Sócio-Educativo (Case) de Novo Hamburgo, e a jovem está recolhida à Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase) em Porto Alegre.

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