Jovem estuprada por integrantes de banda sonha em ser advogada

A jovem contou que ainda hoje é traumatizada com o ocorrido.

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Há quase quatro anos um caso chocou a Bahia. Duas adolescentes foram estupradas no centro da cidade de Ruy Barbosa, a 320 km de Salvador, por integrantes e o segurança da banda New Hit. Eles foram condenados a 11 anos e 8 meses de prisão, recorreram e aguardam a decisão em liberdade.

Uma das vítimas, que na época tinha 16 anos, ainda não conseguiu superar o trauma: “Tento todos os dias, mas o trauma é tão grande que se eu sair e uma pessoa me olhar, e eu passar por aquele lugar, a pessoa continuar me encarando, eu já acho que ela vai me fazer alguma coisa. Então, é muito difícil ter que viver desse jeito, assustada, com medo”, disse.

A jovem conta que depois do abuso sexual não consegue confiar em ninguém: “Eu tenho medo de sair com as pessoas porque eu acho que a qualquer momento, alguém vai me levar para algum lugar, vai me fazer alguma coisa, então eu não tenho amigos. Eu não consegui voltar a estudar, porque no colégio sempre tem piadinhas, sempre tem comentários”.

A banda New Hit acabou depois do escândalo. Na época, os acusados chegaram a ser presos em flagrante, mas pouco mais de um mês depois do crime, conseguiram um habeas corpus pra responder ao processo em liberdade. Alguns dos músicos chegaram a retomar a carreira e fazer algumas apresentações. Durante as audiências na justiça houve protesto em repudio à banda.

A advogada das vítimas, Cristina Lima, lamenta a demora da Justiça e as brechas das leis. “Infelizmente, é o nosso processo, possibilitando vários recursos, várias formas de procrastinar o processo e a gente ter uma efetiva condenação”.

Ao ver o caso da adolescente do Rio de Janeiro que foi estuprada por vários homens, a jovem baiana se colocou no lugar da vítima e ficou solidária. “Sei o que ela está passando hoje, porque as mesmas críticas que ela está tendo hoje foram as mesmas que eu tive. As perguntas que estão fazendo para ela hoje são as que fizeram pra mim. Então, eu sei o que ela está sentindo, eu sei a dor dela”.

A jovem que ver os agressores dela cumprirem pena pelo crime,  e sonha em continuar os estudos e se tornar advogada. “Quero ser advogada para, justamente, ajudar essas mulheres, assim como eu, que foi vítima de estupro e que não fiquem na mesma situação que estou”, declarou.

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