O casal de líderes extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo enviou um documento ao Ministério Público Federal (MPF) de Marabá denunciando o envolvimento de três madeireiras da região de Nova Ipixuna, no Pará, em crimes ambientais, 20 dias antes de ser morto a tiros, na terça-feira. A denúncia, segundo o jornal O Estado de S. Paulo cita as empresas Tedesco Madeiras, Madeireira Bom Futuro e Madeireira Eunápolis, e mostra que a reserva de mata densa já foi quase toda destruída para retirada de madeira. Uma das denúncias é a produção de carvão na região usada para abastecer empresas do pólo siderúrgico de Marabá.
No dia em que a denúncia foi protocolada, o procurador Tiago Modesto Rabelo pediu informações ao Ibama sobre os danos provocados pelas madeireiras na área de preservação do assentamento agroextrativista Praia Alta-Piranheira. Além do casal, nove assentados assinaram o documento. Para derrubar a floresta, as empresas pagam R$ 30 pelo m³ de madeira, cujo valor no mercado internacional atinge R$ 1,2 mil. "Os assentados mais frágeis e entusiasmados com a possibilidade de ganhar dinheiro se submetem a essa exploração", diz o documento. O delegado Silvio Maués, diretor de Polícia Judiciária do Interior do Pará, disse ontem que o casal não registrou nenhum boletim de ocorrência sobre as ameaças que sofria.