Insegurança afasta estudantes da UFPI do campus de Teresina

A preocupação está principalmente no horário da noite,

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Os alunos e professores substitutos, que ainda continuam cumprindo o calendário acadêmico da Universidade Federal do Piauí, estão se recusando a comparecer ao Campus Universitário Petrônio Portela, já que a onda de assaltos na instituição continua. No começo da semana, sete salas de professores do curso de Engenharia de Produção e quatro estudantes foram alvo de assaltantes na parada de ônibus do Centro de Ciências Humanas e Letras (CCHL).

A preocupação está principalmente no horário da noite, pois, segundo os estudantes, é quando o clima de insegurança toma conta de todo o campus. Como a instituição vivencia duas greves ao mesmo tempo, quase não há fluxo de pessoas no local, o que fez os donos das lanchonetes e os das bancas de cópias fecharem.

A estudante de Economia Kelyne Martins relata que está quase impossível frequentar a universidade desde que as aulas retornaram. Por isso, ela e os colegas estão tentando convencer os dois professores substitutos a não ministrarem a disciplina nesse período de greve.

“Mesmo a pedido de toda a turma, alguns professores ainda querem dar aula. Nós só conseguimos fazer um professor mudar de ideia depois que mostramos o vídeo do assaltante que foi preso na última semana Ele é o mesmo homem que entrou na nossa sala de aula pedindo dinheiro. Como ele ficou com medo, disse que vai conversar com o departamento do curso para encontrar uma solução”, explica.

Como os professores não podem marcar falta em toda a turma, outra solução encontrada pelos estudantes é o boicote às aulas. “Nós estamos combinando em nossa turma para ninguém aparecer. Há professores que estão relutantes, pois eles são obrigados a cumprir essa carga horária. Não podemos ser prejudicados por não querer correr o risco de ser assaltado ou acontecer coisa pior, já que a Ufpi está deserta”, finaliza a estudante.

Os alunos não são os únicos a ficarem preocupados com a insegurança, uma professora substituta que não quis se identificar, afirma que os estudantes têm razão em não quererem comparecer na instituição. Desde que as aulas retornaram, ela nunca conseguiu dar aula por falta de alunos.

“Não vale a pena correr o risco indo ao campus, quando eu chego lá há apenas dois ou três alunos esperando para assistir aula. Eu conversei com o meu departamento que me autorizou a cancelar as aulas, quando os professores voltarem da greve iremos retornar as nossas atividades normais”, declara.

Reitoria toma medidas para evitar assaltos

Desde o mês passado, quando uma onda de assaltos e arrastões ficou mais intensa no Campus Petrônio Portela, o reitor Arimatéia Dantas anunciou providências mais efetivas para a segurança da comunidade acadêmica.

Foi aberto um processo licitatório para a compra de 4.600 câmeras, limpeza dos matagais próximos aos prédios e fechamento dos acessos do CCE, CT e CCHL. Apesar de ser considerada uma área federal, a Ufpi está com policiamento da Polícia Militar nas ruas que circundam o campus.

De acordo com a assessoria de comunicação da instituição, as medidas de segurança anunciadas já entraram em vigor nas últimas semanas. Entretanto, não é o que a comunidade estudantil está encontrando.

“Pouca coisa mudou, nós só vemos a presença da Policia Militar quando acontece um assalto. A segurança da Ufpi está a mesma, inclusive estão nos mesmo postos. Nós, moradores da residência, temos muito medo de andar pelo campus, só fazemos isso em grupo. Está cada vez mais difícil se sentir seguro aqui dentro”, revela o estudante de Computação Fernando Assunção.

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