A informação de que uma testemunha-chave não deve comparecer ao julgamento do goleiro Bruno de Souza e de outros quatro réus do caso Eliza Samudio pode mudar os rumos do júri, disse ontem o promotor Henry Wagner Vasconcelos.
O representante do Ministério Público de Minas Gerais explicou que, apesar de estar arrolado como testemunha, Jorge Luiz Rosa, primo do atleta, faz parte do Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte, já que, na época do assassinato da modelo, ele era menor de idade e, portanto, não pode ter o rosto mostrado.
O júri está marcado para começar no dia 19, em Contagem (MG). Em entrevista ao jornal O Estado de Minas, o advogado da testemunha, Eliézer Jônatas de Almeida Lima, confirmou a contradição na convocação de seu cliente.
?Em tese, ele terá que comparecer. Mas, se está no programa, como vai se mostrar??, indagou.
A juíza Marixa Rodrigues é quem deve decidir o impasse.
O promotor Henry Wagner Vasconcelos afirmou ainda estar preparado para possível manobra de advogados de defesa, na tentativa de prorrogar a data do julgamento. Bruno poderia, por exemplo, destituir seu advogado. Sua falta de defesa impediria o prosseguimento da sessão.
?Esta atitude é uma forma de eles prorrogarem o início das atividades da Justiça, pois sem advogado o julgamento é adiado?, frisou.
Ainda de acordo com o promotor, existem provas suficientes para a condenação de todos os envolvidos no caso Eliza Samudio. Em junho de 2010, ela sumiu e o corpo nunca apareceu.