Idoso é espancado pelo próprio filho dentro de casa no interior de SP

O crime ocorreu na residência do idoso, onde ele mora com a esposa, de 74 anos, e seu próprio filho, o agressor Mauro Souza Rodrigues

Idoso é espancado em SP | Reprodução
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Mais um caso de agressão ao idoso foi registrado, desta vez na cidade de Jacupiranga, no Vale do Ribeira, interior de São Paulo. A vítima identificada como Vicente de Jesus Rodrigues, de 42 anos, foi brutalmente agredida pelo próprio filho. 

Vicente foi agredido com socos, chutes e uma cadeirada, resultando em ferimentos na cabeça e no rosto que necessitaram de pontos, levando-o a ser hospitalizado. O crime ocorreu na residência do idoso, onde ele mora com a esposa, de 74 anos, e seu próprio filho, o agressor Mauro Souza Rodrigues, situada no bairro Novo Botujuru. Segundo relato de Marcelo Souza Rodrigues, outro filho do casal, a desavença teve início quando o idoso questionou uma atitude de Mauro.

“Aquilo lá é um monstro, ele não é a gente não”, desabafou Marcelo, sobre o irmão mais velho.

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Ele relatou que reside em Itariri, enquanto seus pais vivem em Jacupiranga com Mauro, que é usuário de drogas. Segundo Marcelo, a mãe, que enfrenta problemas de visão devido à diabetes, sofreu uma queda no domingo (10) ao tentar alcançar um item na cozinha.

Vicente e Mauro ajudaram-na a se levantar, mas a situação mudou quando o filho começou a realizar gestos de benção à mãe com uma vara, o que levou o idoso a questionar o motivo do gesto. A simples pergunta foi o suficiente para que Vicente fosse insultado pelo próprio filho. No entanto, o idoso optou por ignorar Mauro e passou a mexer em uma bicicleta.

“Quando foi se abaixar para mexer no freio da bicicleta, só viu a cadeirada que veio. Ele [Mauro] deu a cadeirada, deu um soco e chute no meu pai [...]. Logo em seguida, os vizinhos viram e chamaram a polícia”, disse.

Conforme relatado pelo feirante, o irmão fugiu e foi localizado tentando entrar em uma casa abandonada, enquanto o idoso recebeu assistência. Vicente foi inicialmente atendido na própria cidade e, posteriormente, transferido para o Hospital Regional de Pariquera-Açu. Ele recebeu 21 pontos em diversas regiões entre a cabeça e o rosto, permanecendo em observação devido a tonturas.

Em uma declaração, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, responsável pela gestão da unidade hospitalar, comunicou que não está autorizada a fornecer informações e destacou que, "por se tratar de um caso com potencial tentativa de homicídio, por protocolo, a vítima é preservada".

Agressor solto

Mauro foi detido no dia do incidente, porém, foi libertado durante a audiência de custódia realizada na segunda-feira (11). Marcelo expressou a indignação da família, afirmando que "a revolta é essa, não se passaram nem 24 horas e já o soltaram". Segundo ele, embora o caso tenha sido registrado como lesão corporal, deveria ter sido considerado tentativa de homicídio.

Em comunicado, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) esclareceu que o processo está sob segredo de justiça, e as informações são de acesso restrito às partes e advogados. O órgão também ressaltou que não comenta questões jurisdicionais.

“Os magistrados têm independência funcional para decidir de acordo com os documentos dos autos e seu livre convencimento. Essa independência é uma garantia do próprio Estado de Direito. Quando há discordância da decisão, cabe às partes a interposição dos recursos previstos na legislação vigente”, disse, em nota.

Defesa 

Diante das autoridades, Mauro admitiu ter agredido seu pai. Ele relatou que, no momento do incidente, ouviu um ruído na cozinha e encontrou sua mãe com lesões nos olhos e nas pernas. Embora ela tenha afirmado ter caído, ele suspeitou que seu pai a tivesse agredido.

Mauro explicou que questionou o idoso, mas Vicente o ameaçou e agarrou uma cadeira para atacar o filho, atingindo sua boca. Diante disso, alegou que iniciou as agressões. Ele também mencionou que desistiu de continuar a agredir seu pai quando um vizinho interveio. Por esse motivo, decidiu deixar a residência sem um destino específico.

Em resposta ao G1, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) comunicou que o homem foi detido em flagrante, e o caso foi registrado como lesão corporal no Plantão da Delegacia Seccional de Jacupiranga. O indiciado foi encaminhado para a Cadeia Pública de Registro. Contudo, a pasta esclareceu que não emite posicionamento sobre audiências de custódia.

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