A realidade de violência e agressões vivida por homossexuais em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro também existe em Teresina. Prova disso são os números registrados pelo Disque Cidadania, que recebe denúncias de preconceito sofrido pelo segmento LGBT.
Somente este ano foram 25 atendimentos e, desde 2010, o número é de 77 denúncias. Parece pouco, mas cada situação revela o quanto a intolerânciam e a homofobia estão presentes no dia a dia de quem se assume homossexual.
Além de ouvir os homossexuais agredidos, o Disque Cidadania é responsável por encaminhá-los aos serviços de assistência social do município.
Segundo a coordenadora do Matizes, Carmem Lúcia Ribeiro, as maiores vítimas de violência são as travestis, embora as lésbicas também sofram agressão principalmente de vizinhos.
?Nesse caso, são pessoas que não aceitam ver duas mulheres morando juntas e, quando não agridem fisicamente, causam algum dano material à casa?, afirma Carmem, que também foi vítima de homofobia.
A atual coordenadora do Matizes conta que, aos 16 anos, viu a turma do colégio se afastar dela. ?Passei mais de um ano sendo excluída e não me sentia segura para contar aos meus pais que estava
sendo chamada, pelos meus colegas, de sapatão?, afirma Carmem.
A solução foi mentir para os pais e dizer que precisava mudar de turno para trabalhar. ?Foi quando outras pessoas começaram a gostar de mim por causa das minhas habilidades. Isso me deu segurança para, aos 18 anos, eu me assumir como lésbica. É muito bom ser aceita!?, declara a coordenadora do Matizes.