O superintendente da Polícia Civil da Capital, delegado Sebastião Uchoa, concluiu o inquérito que investigava a participação de Davi Gomes Sena, 28 anos, em quatro assassinatos, sendo dois deles praticados contra homossexuais.
Os únicos crimes que não estavam ligados a homofobia (preconceito contra homossexuais) foi a morte de Maria Marta da Silva, morta com 22 facadas, em 22 de janeiro deste ano, na Vila Cascavel; e o assassinato de Carlos Sidney Garcês Gomes, ambos com várias facadas.
Davi nunca negou qualquer envolvimento nas mortes, pelo contrário, sempre fez questão de reivindicar a autoria do feito. No interrogatório realizado em 26 de novembro, na sede do 11º DP (São Cristóvão), Davi contou o porquê dos crimes e afirmou sentir prazer em tirar a vida de cada uma das vítimas.
?O inquérito que apurou os crimes contra travestis, foi concluído após duas testemunhas terem identificado o acusado como o autor da morte de Daniel Silva da Conceição, conhecido como ?Sabrina Drummond?, morto a facadas em dezembro de Davi já participou de dois júris, sendo que em um deles foi condenado a 20 anos de prisão pela morte de Maria Marta da Silva. Agora vou pedir a prisão dele pelos crimes cometidos contra os travestis. Se for condenado pode pegar até 80 anos de cadeia?, declarou o delegado Sebastião Uchoa.
Homossexuais eram as vítimas preferidas
Segundo Uchoa a forma como as vítimas foram mortas indica que Davi possui um perfil de assassino frio, calculista e com características de ser um criminoso em série. A afirmação baseia-se em detalhes obtidos durante as investigações como, por exemplo, o intervalo de tempo entre cada crime, às características das vítimas que em geral eram homossexuais e também a arma utilizada.
?O assassino em série, conhecido como seriais killers, matam seguindo um determinado padrão, seja através de uma determinada seleção da vítima ou de um grupo social com características definidas. Mas eles sempre deixam rastros especiais nas atitudes tomadas?, concluiu Uchoa.