A mãe do suspeito de manter a ex-namorada e o filho em cárcere privado contou que o homem, de 34 anos, pretendia matar toda a família e queimar os corpos com pneus. A aposentada, de 56 anos, que não quer ser identificada, disse que ele já havia recolhido pneus e gasolina para cometer o crime. Os itens estavam no carro do suspeito.
“Ele falava há muito tempo que queria me matar, matar minha mãe, matar a irmã dele, a ex-namorada. Falava que ia matar todo mundo. Sábado à noite ele recolheu um monte de pneus, gasolina e querosene e falou que ia nos matar e queimar os corpos com pneus, que assim não ia dar para identificar nada”, disse a aposentada.
O homem foi preso neste domingo (11) enquanto ameaçava a ex-namorada na porta da casa dela. A Polícia Militar prendeu o suspeito por ameaça, injúria e resistência. Ele foi até a casa da ex-namorada porque, segundo a jovem, ela havia fugido do cárcere no sábado (10), depois de ficar oito dias na casa dele sendo ameaçada sem poder sair.
A ex-namorada, que não quer ser identificada, conta que queria que a mãe e a avó dele conhecessem o bebê, que é filho dele e tem 45 dias de vida. Então, ela levou a criança até a casa onde a família mora, mas foi impedida de sair e ficou sendo ameaçada pelo homem. “Enquanto eu estava lá ele jogou álcool em mim e ameaçou tacar fogo. Eu fiquei com medo. Ele sempre me ameaçando", relatou.
De acordo com a mãe do suspeito, ela também era ameaçada de morte caso chamasse a polícia ou ajudasse na fuga da ex-namorada do filho. "A gente não podia fazer nada, ele ameaça todos nós de morte. Ninguém nem podia trocar olhares porque estava vigiando o tempo todo. Ele puxou meu telefone e o dela e tinha o controle de tudo. Mas, quando ele deu uma saída, a gente ajudou ela a fugir", revelou a aposentada.
Transtorno de bipolaridade
A mãe conta que o filho já havia sido preso por tentar matá-la com um facão em 2011. “Ele ficou preso um tempo pela tentativa [de homicídio], seis meses depois voltou e me pediu perdão, disse que não queria fazer nada daquilo e melhorou, mas depois voltou a ficar agressivo de novo. Vive ameaçando a gente, diz que vai matar a gente, que se a gente chamar a polícia ele mata. Tenho uma medida protetiva contra ele, mas ele mora aqui em casa”, contou.
Segundo a mãe, depois de tentar matá-la, ele foi diagnosticado com transtorno de bipolaridade, mas nunca aceitou receber tratamento. "Tem uns dez anos que a gente vive nessa tortura. Ele ainda bebe e não tem emprego", lamenta a aposentada.
Neste domingo, ela também foi à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) e denunciou as ameaças do filho contra a família. “Eu fiz um Boletim de Ocorrência de agressão e nesta segunda vou procurar ajuda do Ministério Público. Quero que ele fique preso até eu conseguir uma clínica para ele fazer um tratamento sério”, afirmou.