Quase dez dias após o ataque contra a brasileira Jhordana, de 26 anos, no trem da linha RER C, em Paris, a polícia francesa prendeu o principal suspeito do crime. O homem foi localizado nesta quarta-feira (23) em Mantes-la-Jolie, cidade nos arredores da capital, e está sob custódia para interrogatório, segundo informações da imprensa local.
De acordo com o jornal Le Parisien, o detido também tem 26 anos e portava uma tintura capilar permanente, o que indica que pretendia alterar a própria aparência para fugir da identificação.
O crime ocorreu em 16 de outubro, entre as estações Choisy-le-Roi e Villeneuve-le-Roi, no sudeste de Paris. Jhordana estava sozinha em um vagão quando foi abordada pelo agressor. Conforme relato da jovem, ela foi mordida no lábio, sofreu ferimentos no rosto e foi agredida sexualmente. O homem ainda tentou estrangulá-la para impedi-la de gritar.
A brasileira foi socorrida por Marguerite, uma passageira que estava em outro vagão e ouviu seus gritos. “Eu via a boca dele, as mãos tocando nela. Era preciso fazer alguma coisa. Para mim, é inconcebível não agir. Ou você enfrenta, ou se arrepende disso pelo resto da vida”, contou a francesa ao Le Parisien.
Marguerite gravou um vídeo no momento da agressão, em que é possível ouvir Jhordana chorando e gritando em português. O homem fugiu após a intervenção, mas teve o rosto registrado pelas câmeras do celular da testemunha. As imagens foram decisivas para a identificação do suspeito, e um esquema especial de vigilância foi montado na região para capturá-lo.
Após a divulgação do vídeo, duas outras mulheres procuraram a imprensa afirmando ter sido atacadas pelo mesmo homem. As autoridades agora investigam se ele é responsável por outros casos semelhantes.
Natural de Goiânia (GO) e estudante de contabilidade, Jhordana havia chegado recentemente à França para visitar o irmão, que mora em Juvisy-sur-Orge, na região metropolitana. Desde o ataque, ela permanece traumatizada e evita sair de casa. Segundo o irmão, a jovem estava “muito nervosa” enquanto o agressor seguia em liberdade.