Rildo Soares dos Santos, de 33 anos, foi preso em Rio Verde (GO) acusado de cometer três feminicídios, segundo informações da Polícia Civil de Goiás. Investigadores ainda apuram o envolvimento dele em outros crimes. Rildo utilizava um uniforme de limpeza urbana para circular pelas ruas à madrugada sem levantar suspeitas e atrair suas vítimas.
Assassinatos seguiam padrão
Elisângela da Silva Souza, de 26 anos, foi assassinada enquanto se dirigia ao trabalho. Câmeras de segurança registraram Rildo e a vítima caminhando em direção a um terreno baldio no Bairro Popular, local que antes abrigava um lava-jato. No terreno, ele teria esganado a vítima até que ela desmaiasse e depois desferido vários golpes na cabeça. O corpo foi abandonado em um buraco de cimento, sem roupas íntimas e coberto por pedras.
“O rosto da Elisângela ficou completamente destruído. É impossível precisar a quantidade de pancadas”, afirmou o delegado Adelson Candeo, responsável pela investigação.
Monara Pires Gouveia foi queimada viva após sofrer traumatismo craniano, e Alexânia Hermógenes foi espancada e enterrada, também encontrada despida da cintura para baixo. Alexânia foi morta no mesmo dia em que Ingrid desapareceu; a mãe da vítima afirma que uma das bolsas encontradas na casa de Rildo é da mesma marca e modelo do pertence da filha desaparecida.
Na residência de Rildo, a polícia apreendeu oito bolsas, três bonecas e um par de sapatos femininos, suspeitando que os itens possam estar relacionados a outros crimes. “Haverá outras histórias piores ou iguais a essa sobre o Rildo”, disse o delegado.
Investigação de outros crimes
Rildo também é investigado pelo espancamento de uma mulher trans, ocorrido em um terreno baldio. A vítima, que estava alcoolizada, não consegue confirmar se ele foi o autor, mas a polícia considera o perfil violento do suspeito e o horário do ataque como indícios.
Ele chegou a trabalhar por alguns dias na empresa de limpeza da cidade, mas não foi efetivado. O uniforme de gari ajudava a passar despercebido pelas ruas, rondas policiais e possíveis vítimas. Após os assassinatos, Rildo chegou a acompanhar o trabalho da perícia de perto.
“Todos os crimes têm traços de perversidade evidentes”, afirma o delegado Candeo. Além dos feminicídios, Rildo é investigado por três roubos e uma tentativa de latrocínio.
comportamento incendiário e crimes antigos
O suspeito também tinha comportamento incendiário, tendo colocado fogo em um carro do patrão e na casa de Monara. “Ele precisa colocar fogo em algo”, disse o delegado.
Rildo é suspeito de crimes antigos na Bahia, incluindo roubo, homicídio e estupro. Segundo a polícia, ele se mudou para Goiás para fugir de ameaças. Apesar da escalada de crimes, mantinha aparência de homem comum. A esposa, de nacionalidade francesa, disse nunca ter sido agredida, mas relatou hábitos incomuns: caminhadas noturnas e coleção de facas escondidas pela casa, como se estivesse sempre preparado para reagir a uma invasão.
Defesa
A Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) informou que representou Rildo na audiência de custódia, que manteve a prisão, mas não comentou as acusações feitas pela polícia.