Um homem de 58 anos está preso em Corumbaíba, na região sul de Goiás, suspeito de matar um trabalhador rural com golpes de foice, machado e faca e depois esconder o corpo. O crime aconteceu no dia 24 de junho, mas a polícia só soube do homicídio na segunda-feira (6), depois que a mulher e o enteado do suspeito o denunciaram, com a ajuda de um dos filhos do proprietário da fazenda onde vivem. Segundo o delegado responsável pelo caso, Marco Antonio Maluf Soler, o suposto autor teria ameaçado a própria companheira e o enteado com uma das mãos do cadáver.
Segundo o delegado, a mulher e o enteado do suspeito contaram que na época do crime não moravam na fazenda, pois o casal havia brigado e estava separado. Algum tempo depois, eles reataram. De acordo com as testemunhas, o suspeito se torna violento quando bebe. ?Quando ele brigou com a mulher, mostrou a mão e disse: ?essa pessoa tentou me matar e olha o que eu fiz com ela??, relatou Marco Antônio Soler.
O policial afirmou ainda que, além de ameaçar a companheira para que ela não o abandonasse, o suspeito teria usado o mesmo recurso com o enteado, que tem 21 anos, para fazê-lo trabalhar de graça para ele. ?Ele chegou a levar o enteado ao local onde o corpo estava parcialmente enterrado?, afirmou o delegado. Marco Antônio Soler comentou que o corpo da vítima foi localizado a partir das indicações do enteado do jovem.
Vítima
A vítima foi encontrada sem documentos e ainda não foi identificada. De acordo com o delegado, o corpo já estava praticamente em estágio esquelético. ?Somente os laudos poderão precisar as lesões sofridas pela vítima e se outros membros teriam sido arrancados. Inicialmente, essa análise ficaria a cargo do Instituto Médico Legal (IML) de Catalão, mas, pelo grau de dificuldade deste caso, é possível que tenha sido encaminhado ao IML de Goiânia?, observou.
Apesar disso, o delegado afirma acreditar na versão da mulher e do enteado, que disseram à polícia que o suspeito usou a mão decepada do cadáver para ameaçá-los. "São depoimentos de duas testemunhas muito amedrontadas, que foram vítimas de terrrorismo psicológico", ressaltou Marco Antônio Soler.
Confissão
Segundo a polícia, o suspeito confessou o assassinato e disse que o homem morto seria um ajudante de trabalho da fazenda onde os dois trabalhavam, situada a 15 km do centro da cidade. De acordo com declarações dadas pelo suspeito à polícia, ele teria contratado a vítima para ajudar nas tarefas da fazenda. Ele teria, inclusive, morado na mesma casa do suspeito, durante um mês.
O delegado Marco Antônio Maluf Soler destacou que a prisão foi em flagrante, apesar de o homicídio ter sido há mais de um mês. ?Isso foi possível porque ele também é suspeito de cometer o crime de ocultação de cadáver, que é um crime permanente?, declarou.
Briga
O suspeito, segundo a polícia, confessou o homicídio e contou que a briga começou à noite por causa de uma cachaça. O delegado contou que a discussão continuou no outro dia. ?Na versão do suspeito, a vítima o teria atacado com uma faca e, para se defender, o suposto auto o teria acertado com uma foice e também com um machado. Como a vítima, apesar de ferida, continuava a tentar atingi-lo com uma faca, o suspeito conseguiu tomar a arma e acabou usando-a para matar o ajudante?, relatou o responsável pelo caso.
Depois, o suposto autor teria arrastado o corpo por um quilômetro até o local onde o enterrou. No depoimento para a Polícia Civil, ele alegou legítima defesa. Apesar da versão do preso, funcionários da fazenda disseram que o suspeito não teria pago o dinheiro referente aos serviços prestados pelo ajudante.
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito foi encaminhado para o Presídio de Corumbaíba e será indiciado por ocultação de cadáver e homicídio triplamente qualificado. Se condenado, ele poderá pegar de um a 33 anos de prisão.