Guerra do tráfico já matou 29 pessoas no Rio

A polícia informou que com os criminosos foram apreendidas três pistolas, 133 papelotes de cocaína

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A guerra do tráfico nas favelas da Zona Norte do Rio já soma 29 mortos desde a madrugada de sábado (17). Na madrugada desta quarta-feira (21), mais três criminosos, segundo a Polícia Militar, foram mortos em confronto, no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, no subúrbio do Rio.

Depois de uma noite de medo nas imediações do Morro São João, no Engenho Novo, no subúrbio, quando surgiram boatos de que a comunidade seria invadida, o ambiente é de aparente tranquilidade na manhã desta quarta-feira. O mesmo acontece nas imediações do Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na Zona Norte, onde o movimento de moradores e do comércio é normal.

A polícia informou que com os criminosos foram apreendidas três pistolas, 133 papelotes de cocaína, 51 trouxinhas de maconha e 97 pedras de crack.

Segundo informações do 9º BPM (Rocha Miranda), que desde terça-feira reforça o policiamento nos acessos ao Juramento, eles chegaram a ser levados para o Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, no subúrbio. Mas segundo o hospital eles já teriam chegado mortos à unidade. O caso foi registrado na 22ª DP (Penha).

No início da noite de terça-feira (20), policiais do 1º BPM (Estácio), que reforçavam o patrulhamento nos morros do Fallet e do Fogueteiro, no Rio Comprido, na Zona Norte, estavam deixando a região quando começou um confronto. Um homem, que segundo a polícia seria traficante, foi morto. A polícia apreendeu uma metralhadora, uma pistola, um carregador, munição e um carregador.

Noite de medo

Moradores dos morros São João, Quieto e Matriz, na Zona Norte do Rio de Janeiro, deixaram as suas casas por volta das 21h desta terça-feira (20) com medo. Alguns deles contaram ter ouvido supostos traficantes dizendo que estavam no Morro São João e que iriam matar os moradores. Várias pessoas ocuparam as ruas da região.

Logo após as denúncias de moradores de que o morro poderia ser invadido, policiais militares do 3º BPM (Méier) e de outras unidades foram acionadas para o local. Segundo o comandante do 3º BPM, tenente-coronel Álvaro Moura, os policiais foram checar as informações e não encontraram qualquer indício de invasão ou confronto entre traficantes. O coronel Álvaro Moura afirmou que nenhum tiro foi disparado na região.

A polícia continua à procura do traficante Fabiano Atanásio da Silva, o FB, que segundo investigações, seria suspeito de chefiar a invasão ao Morro dos Macacos.

O relações-públicas da Polícia Militar do Rio de Janeiro, major Oderlei Santos, disse que a polícia trabalha com duas hipóteses: os criminosos fugiram com a chegada da PM ou os moradores se assustaram com boatos de uma suposta invasão.

?Nós começamos a receber a denúncia de que haveria uma tentativa de tomada de ponto de venda de drogas da região. Essas informações levaram o batalhão a realizar uma operação naquela comunidade para reprimir qualquer ação criminosa. Chegando ao local, pudemos constatar que essa invasão não teria se confirmado. Podemos deduzir duas coisas com isso: a ação da Polícia Militar provavelmente inibiu a ação criminosa, ou essas informações não eram verdadeiras?, disse o major.

No entanto, moradores da comunidade, que deixaram as suas casas, permaneciam até as 23h concentrados em vários pontos da Avenida Marechal Rondon, na Rua 24 de Maio, e em outras ruas próximas à comunidade. Eles disseram que temem uma nova guerra do tráfico, e que pretendem passar a noite na casa de parentes, amigos, ou até mesmo na rua.

Pelo segundo dia seguido, uma faculdade particular da região suspendeu as aulas. Ela fica perto do acesso a um dos morros onde há reforço na segurança.

Operações sem data para terminar

O major reafirmou que as operações policiais na região não têm data para terminar: ?As ações policiais continuarão desencadeadas a partir das denúncias de cidadãos de bem. Não há prazo para término dessas operações?, disse o major.

Combate ao crime

As novas ações de combate aos traficantes e milícias nas favelas cariocas começaram em dezembro do ano passado, com a implantação das unidades da polícia pacificadora, um tipo de ocupação permanente, e que já foi implantada em cinco favelas cariocas: Cidade de Deus e Batan, na Zona Oeste, Dona Marta, em Botafogo, Babilônia e Chapéu mangueira, no Leme, Zona sul da cidade.

Segundo investigações da polícia, os traficantes dessas comunidades teriam migrado para as favelas do Morro São João, Jacarezinho e Manguinhos. E no sábado (17) invadiram o Morro dos Macacos, controlado por uma facção rival.

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