Pelo menos 15 pessoas morreram e outras 65 ficaram feridas em ataque realizado nesta quinta-feira (2) por homens armados na Universidade de Garissa, no leste do Quênia, que tomaram como reféns estudantes cristãos em uma das residências do campus. O ataque foi reivindicado pela milícia somali Al Shabab, ligada à Al Qaeda.
Neste momento está sendo efetuada uma ação conjunta das Forças de Defesa do Quênia e da polícia, que já conseguiu esvaziar quatro das três residências universitárias, enquanto os atiradores continuam entrincheirados em uma delas com um número desconhecido de reféns, informou o Ministério do Interior do país.
Devido à gravidade de alguns feridos, não se descarta que o número de mortos aumente nas próximas horas.
Os terroristas afirmaram que a ação é uma vingança contra a intervenção de tropas do Quênia na Somália.
"O Quênia está em guerra com a Somália (...) nosso povo continua lá, eles estão lutando e sua missão é matar os que são contrários aos shebab", disse à AFP por telefone um porta-voz dos islamitas, Sheikh Ali Mohamud Rage.
O ataque começou por volta das 5h30 (horário local, 23h30 de quarta-feira de Brasília), quando os atiradores entraram no recinto universitário e começaram a disparar indiscriminadamente e detonaram vários artefatos explosivos.
Os atiradores conseguiram entrar nas residências do campus após enfrentar-se em um tiroteio com os policiais que protegiam a entrada desta área, explicou o inspetor geral da polícia, Joseph Boinnet, que se encontra no local.
A Cruz Vermelha queniana informou em um comunicado a existência de "um número desconhecido de estudantes reféns". Também indicou que 50 alunos foram libertados, sem explicar as circunstâncias.
O porta-voz shebab explicou que depois de entrar no local, os islamitas "soltaram alguns, os muçulmanos, e eles alertaram o governo".
"Os outros são reféns", disse, antes de destacar que são cristãos.
Raage anunciou que o Al Shabab explicará os detalhes do ataque ao seu final, mas que o objetivo dos milicianos que se encontram na universidade é matar todos os não muçulmanos que estão em seu poder.
Este ataque é o mais sangrento que o Al Shabab efetuou no Quênia desde o final do ano passado, quando o grupo explodiu um ônibus e uma pedreira em Mandera, no extremo nordeste do país, matando 64 pessoas, todas cristãs.