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Governo do RJ confirma 121 mortos; moradores retiram corpos de mata

No dia seguinte à operação, moradores afirmam ter encontrado mais de 70 corpos, que foram levados para uma praça na Penha

Corpos começaram a chegar ainda de madrugada | Foto: Reprodução
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O governo do RJ confirmou nesta quarta-feira (29) 121 mortos na megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha contra o Comando Vermelho. Foram 4 policiais e 117 suspeitos, segundo o secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi. Foi a operação mais letal da história do estado.

Moradores do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, afirmaram ter encontrado pelo menos 74 corpos, que foram levados para a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, uma das principais da região, ao longo da madrugada desta quarta-feira (29). Curi disse que foram 63 corpos achados na mata.

Entenda os números divulgados até agora:

O governo havia informado em balanço na terça-feira que havia 64 mortos, sendo 4 policiais civis e militares.

- Mas, na manhã desta quarta-feira, o governador Cláudio Castro (PL-RJ) confirmou oficialmente 58 mortos, sendo 54 criminosos, sem esclarecer por que o número do balanço anterior foi alterado.

- Em coletiva, a cúpula da segurança do RJ atualizou os números: 4 policiais e 117 suspeitos mortos.

- Moradores afirmam ter encontrado 74 mortos na mata, levados para uma praça na Penha. O secretário da Polícia Civil fala em “63 corpos achados na mata”.

- Haverá uma perícia para verificar se há relação entre as mortes e a operação.

- Curi disse também que foram 113 presos, 33 de outros estados, como Amazonas, Ceará, Pará e Pernambuco.

Corpos são levados para praça na Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro — Foto: Raull Santiago/Arquivo pessoal 

Os corpos, todos de homens, estavam na área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde se concentraram os confrontos entre as forças de segurança e traficantes. O governador Cláudio Castro disse considerar que a ação foi um “sucesso” e que apenas os quatro policiais mortos são as “vítimas”. Mais cedo, o governador não comentou os corpos encontrados pelos moradores na mata.

O secretário da Polícia Militar, Marcelo de Menezes, explicou a estratégia das forças de segurança na megaoperação, destacando o “Muro do Bope” — avanço pela Serra da Misericórdia para cercar os criminosos e empurrá-los para a mata, onde o Bope já estava posicionado.

Em coletiva, a cúpula da Segurança Pública do Rio detalhou os resultados da ação. O secretário Victor Santos classificou o “dano colateral” como “muito pequeno”, com quatro inocentes mortos. A operação envolveu 2,5 mil policiais e foi considerada de alto risco.

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