Um ginecologista de 64 anos foi preso nesta quinta-feira (3) suspeito de abusar sexualmente de quatro pacientes dentro do seu próprio consultório, na cidade de Goianésia, a 198 km de Goiânia. Segundo a Polícia Civil, ele é boliviano, mas se naturalizou e está no Brasil desde 1972. A investigação ainda vai averiguar se existem outras vítimas do médico. Em depoimento, ele disse que apenas era "carinhoso" e que as mulheres haviam interpretado tudo errado.
De acordo com a delegada Poliana Bérgamo, responsável pelo caso, os abusos ocorreram entre 2012 e este ano. O relato das vítimas, que têm entre 23 e 48 anos, mostrou que em todos os casos, ele sempre agia da mesma forma. "Ele cantava todas elas, fazia elogios e perguntas impróprias e, no final, quando elas queriam ir embora, ele as seguravam e tentava beijá-las na boca", detalhou a delegada.
Na consulta de duas das pacientes, o médico, segundo a delegada, questionou se as mulheres haviam feito cesarianas e pediu para ver as cicatrizes. "Nestes casos, uma dela tinha ido pedir uma receita médica. Mesmo assim, ele pediu que ela tirasse a roupa e acariciou seu órgão genital por quatro vezes. Ela se levantou nervosa e foi embora. A outra foi para ver um tratamento para vesícula, pois ele também atendia como clínico geral. Ela também tirou a roupa, mas conseguiu sair antes que ele a tocasse", explica Poliana.
O terceiro caso foi considerado o mais grave pela polícia. Foi de uma paciente que já havia feito cauterização com o ginecologista. Na consulta de retorno, ele teria colocado o dedo dentro da vagina dela, sem o consentimento da mesma. "Ela ficou assustada, porque na primeira consulta isso não ocorreu. Depois, ela se vestiu e foi embora", afirma a delegada.
A última paciente que denunciou o médico disse à polícia que não chegou a se despir, apesar do pedido do médico. De acordo com a delegada, ela ficou nervosa quando o profissional tentou beijá-la e o empurrou, saindo do consultório em seguida.
O ginecologista foi autuado pelos crimes de violação sexual mediante fraude, constrangimento ilegal e perturbação da tranquilidade. Ele foi levado para a cadeia de Goianésia e está à disposição da Justiça. A pena, caso seja condenado, varia de 1 a 6 anos para cada um dos casos.