“Gerente” de agiotagem condenado a 60 anos é preso em condomínio

O grupo foi investigado na “Operação Alquimia”, que foi realizada em 2018. Todas as condenações dos réus presos e foragidos somam 427 anos

Armas também foram apreendidas na operação em Sorocaba, em 2018 | Divulgação
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Marcelo Antônio Dias, que foi condenado por participação em um esquema de agiotagem, em Sorocaba (SP), foi preso em um condomínio, em Indaiatuba (SP), na tarde desta segunda-feira (23). 

Armas foram apreendidas em Sorocaba Foto: Divulgação

O grupo foi investigado na “Operação Alquimia”, que foi realizada em 2018. Todas as condenações dos réus presos e foragidos somam 427 anos.

A Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) realizou a prisão de Marcelo após uma denúncia. Segundo informaões da polícia, ele usava o nome de "Fernando" e tinha uma vida discreta na cidade.

Marcelo foi levado para Sorocaba e será levado para  uma unidade prisional. Ele foi apontado como um dos gerentes do grupo e sua pena foi de 60 anos de prisão. 

Em outubro, outra ação feita entre o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), Polícia Rodoviária e a Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) também com uma denúncia anônima prendeu Anderson de Oliveira Fernandes, em um condomínio de Sorocaba.

Ele foi abordado na rua e encaminhado à delegacia com um mandado de prisão. Anderson tem uma condenação de 35 anos em primeira instância.

Em 16 de maio de 2018, a operação deflagrada pela Polícia Civil e Ministério Público cumpriu 23 mandados de busca e oito de prisão - mas apenas cinco pessoas foram encontradas.

O grupo foi acusado de extorsão, agiotagem, sonegação e lavagem de dinheiro.

Soltos pelo STF

Depois da prisão na operação, uma liminar do ministro Marco Aurélio, do STF,  concedeu a soltura dos cinco presos. Quando aconteceu o julgamento do recurso, a liminar foi revogada, mas apenas dois deles voltaram novamente para a prisão. Com Marcelo, quatro estão detidos.

A investigação aponta que a quadrilha foi organizada por pai e filho. O primeiro, apontado como um dos chefes do bando, foi preso e condenado a 73 anos de prisão. O segundo está no grupo dos quatro que continuam foragidos.

A maior condenação é de um dos membros da quadrilha, que também continua foragido, e chegou a 97 anos de prisão.

'Aprendeu a emprestar'

Cerca de 16 mil documentos foram analisados. Segundo a denúncia, uma vítima relatou à polícia que os réus usavam arma de fogo e agiam com outras pessoas em uma organização criminosa para diversos crimes dese 2015. Naquele ano, presencialmente ou por telefone eles a ameaçaram para entregar o valor de R$ 2 mil.

No mesmo período, a investigação identificou, por meio de quebra de sigilo, que outra vítima sofreu violência para a entrega de R$ 1.516.000.

Além de documentos e outros objetos, com o cumprimento dos mandados de prisão e busca foram apreendidas armas e munições utilizadas nas extorsões, bem como eletrônicos, como celulares e computadores.

Em um deles, foi recuperada uma conversa de um dos chefes que contou que “era quebrado”’, mas “aprendeu a emprestar dinheiro do nada” e ensinou ao filho. Segundo o áudio extraído dos equipamentos dele, "Deus deu oportunidade" e "mostrou o caminho".

Ao menos 15 pessoas foram vítimas do grupo. A investigação identificou que imóveis, lanchas e carros de luxos foram comprados por meio da prática criminosa.

Uma previdência privada no valor de R$ 11 milhões em nome de um réu foragido foi bloqueada, dentre outras aplicações financeiras.

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