Um funcionário concursado do Banco Central de 48 anos confessou ter atirado e matado dois moradores de rua em Brasília, segundo a polícia. O crime aconteceu em janeiro deste anos, na região central da capital - no mesmo local onde o índio Galdino foi queimado vivo e morreu, há 11 anos - mas o suspeito só foi preso na noite de terça-feira (28).
O analista do Banco Central é vizinho das vítimas. Ele foi descoberto pela polícia ao dar queixa de um suposto roubo da mesma moto que teria usado para cometer o duplo homicídio. As vítimas, de 36 e 26 anos, foram executadas com tiros na cabeça.
?Ele foi preso em casa, hoje. Já estava sendo monitorado pela Polícia Civil. O caso está encerrado e eu agradeço a colaboração de todos?, disse a delegada Martha Vargas.
Na casa do analista, que é casado e tem três filhos de 14, 9 e 3 anos de idade, a polícia encontrou armas e várias munições. Segundo a delegada, o suspeito disse que, depois de matar os moradores de rua, abandou a moto, a roupa que usava e a arma em uma borracharia em um local distante. Depois de preso, confessou o crime, levou a polícia à borracharia e disse que deu queixa do roubo da moto para despistar as investigações.
Ele teria relatado ainda que se sentia incomodado com a presença dos mendigos e queria tirá-los do local. Ao perceber que uma tocha havia sido roubada da casa dele, pegou a arma e a moto e foi tirar satisfação.
Um dos mendigos teria encarado o analista, que ficou com medo e atirou. Depois, matou o outro. O suspeito se defendeu dizendo que os dois moradores de rua viviam roubando as casas da quadra onde morava. Na casa do analista, foi encontrado um diário onde ele é acusado de molestar menores. A polícia investiga essa denúncia e também o envolvimento do criminoso com drogas.
O local do crime é o mesmo coreto erguido em homenagem ao índio Galdino.