Antes de ser transferido para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Viana, Espírito Santo, Wanderson Cravo Vaz, o Naninho, 31 anos, afirmou que não está arrependido de ter assassinado a própria filha.?Ele disse que havia ?feito a vontade de Deus??, contou o delegado Adroaldo Lopes, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM). Assassinato aconteceu neste domingo (16), em Nova Rosa da Penha, em Cariacica, Grande Vitória.
O delegado informou que vai ouvir, nesta terça-feira (18), a mãe de Layza, Elaine Rocha, 26 anos, para tirar algumas dúvidas acerca do crime. O inquérito deve ser entregue em 10 dias à Justiça. ?Aguardamos esses últimos depoimentos e o resultado de alguns exames da perícia. Queremos saber, por exemplo, se o sangue encontrado na roupa do pai era da menina?, afirmou Lopes.
Homenagem
Escola de portas fechadas, professores emocionados, moradores perplexos e um grande número de crianças presentes no enterro da pequena Layza Rocha Vaz, 8 anos, morta a golpes de faca pelo próprio pai. A mãe, Elaine Rocha, 26 anos, e os três irmãos foram medicados para conseguir acompanhar o sepultamento, que aconteceu nesta segunda-feira (17). As aulas retornaram ao horário normal, segundo a coordenação, nesta terça-feira (18).
O pai da criança, Wanderson Cravo Vaz, 31, foi encaminhado, para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Viana. A Escola de Ensino Fundamental Zaíra Manhães de Andrade, onde Layza estudava o 3º ano, prestou uma homenagem à menina com uma faixa no portão principal da escola. ?A Layza estudava aqui desde o 1º ano. Ela era uma criança muito carinhosa, esperta e carismática. Todos os dias, na hora da saída, dava um beijo na professora e depois no diretor. Suspendemos as aulas porque o clima era de imensa tristeza entre funcionários e os poucos alunos que compareceram?, observou a coordenadora, Elizabeth Santana.
A coordenadora contou que a mãe de Layza estava sempre em contato com a escola, ia buscá-la e andava constantemente acompanhada dos filhos. Para uma vizinha da família de Layza, o que aconteceu foi um absurdo. ?Isso não é um pai e não é coisa de Deus. Até meus filhos que brincavam com ela ficaram assustados?, disse a moradora Elizabete Pimentel, 25 anos.
Família
Visivelmente atordoada e sob efeitos de calmantes, Elaine Rocha, 26 anos, ainda não consegue crer que enterrou a filha Layza, 8 anos. Segundo ela, a menina era a filha preferida do pai e autor do crime, Wanderson. Elaine disse que os outros filhos de 11, 6 e 3 anos perguntaram pelo pai. Ela não sabe por que o marido matou a filha. ?Ela era a preferida dele, a mais apegada. Mas com todos era brincalhão e amável. Os menores dormiam encostados no colo dele. Não estou ainda dentro da realidade. Não sei como vai ser minha vida daqui para sempre?, comentou.