Filho que presenciou assassinato de empresário ainda faz terapia

Renato Biasotto foi morto dentro de casa pelo própria esposa, que está foragida da polícia

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A dona de casa Alessandra Ramalho D"Ávila, suspeita de matar a facadas o marido Renato Biasotto, deverá se apresentar ao juiz do 3o. Tribunal do Júri, no Rio, na próxima sexta-feira (3) ou na segunda-feira (6), segundo seu advogado Mário de Oliveira Filho.

Em entrevista coletiva, num hotel no Leblon, na Zona Sul do Rio, na qual Alessandra, que confessou ter matado Renato, estava ausente, o advogado disse que também vai questionar na Justiça uma série de irregularidades que ele verificou no inquérito.

"Me causou perplexidade que o inquérito de um caso grave como este tenha sido concluído em apenas cinco dias. Houve precipitação em terminar o inquérito em não investigar o que realmente aconteceu", afirma Oliveira Filho.

Fugiu para São Paulo, mas está no Rio

O advogado contou que, quase durante todo este tempo em que esteve foragida, Alessandra ficou no Estado do Rio, contrariando a suspeita da polícia porque a sua cliente tem parentes em São Paulo.

Morais Filho informou disse que Alessandra, que tem dupla nacionalidade - ela tem passaporte norte-americano - só esteve em São Paulo no sábado (13), após o crime, e teria voltado ao Rio no dia seguinte, trazida pela família.

"Alessandra esteve no Rio durante todo esse tempo. Nos encontrávamos no aeroporto", revelou Oliveira Filho.

O advogado garantiu que vai questionar em juízo o que chama de falhas no processo, como a falta de perícia no apartamento do casal, a liberação do corpo do empresário para cremação sem que tivessem sido realizados exames de alcoolemia e no corpo, nas roupas e debaixo das unhas da vítima para determinar se houve ou não luta corporal.

"O pedido de prisão foi irregular. Ele foi baseado na dupla cidadania da Alessandra, alegando que ela poderia fugir do país. Mas o próprio juiz não aceitou receber os passaportes dela. Por isso, o ministro do Superior Tribunal de Justiça concedeu a liminar. Ele constatou essas irregularidades", disse o advogado.

Oliveira Filho disse que vai arrolar o filho do casal, o menino de 5 anos, que teria assistido toda a cena do crime, como testemunha de defesa, em audiência sem danos, com o acompanhamento de psicólogos.

"A criança está recebendo tratamento psicológico e fazendo terapia. Numa das conversas ele contou ao psicólogo: " papai foi matar a mamãe e seu deu muito mal", contou o advogado de Alessandra.

Liminar

O ministro Jorge Mussi, da 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedeu nesta terça-feira (30) habeas corpus a Alessandra Ramalho D?ávila, suspeita de matar o marido, o empresário Renato Biasoto, na madrugada do dia 13 de junho, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Pela decisão, Alessandra vai ter que entregar os dois passaportes (brasileiro e americano) e se apresentar ao juiz. Segundo o advogado Mário de Oliveira Filho, que defende a suspeita, ela deve se apresentar à Justiça em até cinco dias. O pedido de habeas corpus ainda será julgado pela 5ª turma do STJ.

Alessandra está foragida desde o último dia 13, quando ocorreu o crime. Ela foi indiciada por homicídio simples. O advogado de Alessandra disse que ela agiu em legítima defesa.

Morte em 13 de junho

Renato foi morto a facadas durante uma briga com a mulher Alessandra em seu apartamento na Barra da Tijuca. Ela teria fugido em seguida levando o filho.

O delegado Carlos Augusto Nogueira, titular da 16ª DP (Barra Tijuca), disse que as indicações no laudo cadavérico de que o empresário apresentava lesões de defesa nos dois braços e cortes no rosto, ?agravava ainda mais a situação? de Alessandra.

Flagrante do carro

Uma foto anexada ao processo que investiga a morte do empresário reforçava a suspeita de que a mulher teria fugido para São Paulo. A foto mostra que o Mitsubishi Airtrek com a placa LAH-6843 passou pela Rodovia Presidente Dutra (BR-116) cerca de três horas após o crime às 9h07 do dia 13 de junho. O carro foi flagrado pelas câmeras entre os quilômetros 217 e 227, na Serra das Araras, na pista sentido São Paulo.

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