A filha do ex-ministro do TSE, Adriana Villela, 46, acusada de matar os pais, voltou ao local do crime depois de um ano. Após percorrer os cômodos do imóvel, recebeu a informação de que o ex-zelador do prédio passara a incriminá-la, admitiu conflitos com os pais, mas disse que não é a "Suzane Richthofen do cerrado". A reportagem é de Eliane Trindade, publicada na edição da Folha deste domingo (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).
Os corpos dos pais José Guilherme Villela, 73, e Maria, 69, e da empregada, Francisca Nascimento, 58, foram encontrados num amplo apartamento da quadra 113 Sul de Brasília, em 28 de agosto do ano passado. As vítimas levaram 70 facadas.
Em outubro deste ano, Adriana foi denunciada pelo Ministério Público como mandante do triplo homicídio. Chegou a passar quase três semanas na prisão. Em novembro a polícia reabriu o caso. O ex-zelador do prédio dos Villela, Leonardo Campos Alves, afirmou à polícia ter cometido o crime com comparsas.
Confrontada pela Folha com as primeiras informações de que o ex-zelador passou a acusá-la de ser a mandante, Adriana disse: "Como posso ter contratado o cara para matar meus pais se eu mesma pedi para que ele fosse investigado?"
Em depoimentos, ela relatou à polícia uma briga de Leonardo com a mãe. Em 2006, ao voltar de férias, Maria Villela descobriu que o então zelador invadira o imóvel na ausência deles.
"Esta informação virou a chave do crime. Mas a polícia e o Ministério Público preferem insistir na tese de que sou a Suzane Richthofen do cerrado", diz Adriana, referindo-se à jovem de classe média que cumpre pena pela morte dos pais em São Paulo.