A tia da mulher que morreu após ser jogada da janela do 10º andar de um prédio, momentos depois de ser brutalmente agredida pelo companheiro, afirmou que a família ficou chocada com a frieza do suspeito de ter ido no velório da vítima mesmo após o episódio.
“Eu não conhecia muito ele. Mas ela dizia que ele a tratava muito bem.A gente ficou chocado com a cara de pau dele vir aqui, com a frieza dele vir no velório. Acreditamos que ela já vinha sofrendo agressão, mas ficava calada. A gente sabia que ele tinha passado errado, mas não sabíamos o que era”, afirmou a tia da vítima, Antônia Maria, em entrevista ao programa Ronda da TV Meio Norte.
Imagens das câmeras de segurança mostram o início do ataque sofrido por Maria Katiane da Silva, de 25 anos, no estacionamento do edifício e seguem até o elevador, onde a violência se intensifica. O autor da violência é o companheiro da vítima, Alex Leandro Bispo dos Santos, de 40 anos.
A tia da vítima relatou que o suspeito alegou que Katiane teria se jogado no prédio e que a mesma teria problemas psicológicos.
“Em todo momento ele falava que ela tinha se jogado, que ela tinha problema psicológico, mas a gente não acreditava, ouvia, mas sempre com pé atrás”, concluiu.
ENTENDA O CASO
O crime aconteceu no último dia 29 de novembro na zona Sul de São Paulo, mas apenas na terça-feira (9) Alex teve a prisão preventiva decretada. Ele foi detido após análise das imagens que registraram toda a dinâmica da agressão.
No elevador, a gravação revela o momento em que o agressor tenta agarrar o pescoço de Maria. Em menos de dois minutos, ele a arrasta para fora de forma brusca, ignorando as tentativas da vítima de se segurar.
A cena é rápida, violenta e mostra o desespero da jovem. Cerca de um minuto depois, Alex retorna sozinho ao elevador. Ele coloca as mãos na cabeça, se senta no chão e parece entrar em desespero, enquanto a investigação aponta que Maria caiu do 10º andar. O caso é apurado pela 89ª Delegacia de Polícia (Jardim Taboão) como feminicídio.
HISTÓRICO CRIMINAL GRAVE
Alex Leandro Bispo dos Santos não é réu primário e já foi detido por diversos delitos, como roubo, falsidade ideológica e participação em um sequestro-relâmpago que ganhou repercussão nacional em 2003.
Na época, ele foi preso por envolvimento no sequestro do sobrinho do então senador Eduardo Suplicy (PT-SP), hoje deputado estadual por São Paulo.