O pai do menino Arthur Oliveira dos Santos, de 2 anos, que morreu depois de ter sido esquecido por 3h dentro de um carro, estacionado na frente da creche e sob um calor em Bauru, no interior de São Paulo — no dia em que a cidade registrou a maior temperatura dos últimos dias: 36°C — classificou o caso como uma fatalidade.
A cuidadora, Gláucia Aparecida Luiz, de 35 anos, foi presa sob acusação de homicídio com dolo eventual, porque assumiu o risco de morte. De acordo com a Polícia Civil, a mulher mantinha uma espécie de creche clandestina, que funcionava na casa dela, e tomava conta de 18 crianças. Para isso, ela tinha ajuda apenas da filha, de 16 anos.
No entanto, Fabrício Lucas, pai de Arthur, contou que a sua família tinha plena confiança na creche e que o garoto gostava bastante de frequentar o local.
"Até chorava para não ir embora. Eu buzinava, ele saía correndo. A gente jamais imaginaria que uma coisa dessas iria acontecer.[A família tinha] boas referências [da creche]. [A cuidadora era] pessoa de boa índole. Nunca tivemos o que reclamar. O Arthur nunca chegou em casa sujo ou com fome. Sempre foi bem tratado. Aconteceu essa fatalidade. Não tenho palavras", lamentou.
Fabrício contou que soube do acidente enquanto trabalhava e que, quando chegou ao hospital, já encontrou o filho morto. Apesar da dor, ele mantém a esperança de obter justiça para a criança e continuar a vida.
"É uma dor imensurável. Não tenho nem palavras. Não sei como vai ser daqui para frente. Espero que Deus conforte o nosso coração. Nunca vamos esquecer. Mas, Deus é bálsamo consolador. De verdade, estou com o coração arrebentado. Era um menino saudável. A gente espera, um dia, reencontrar ele no céu", declarou.