Uma família de Guarujá, no litoral de São Paulo, aguarda há mais de quatro meses por justiça, depois que a cachorra de estimação foi morta com uma barra de ferro. O autor do crime é vizinho dos donos do animal de estimação e ameçava outros cachorros e gatos da região. Um advogado da cidade entrou voluntariamente com uma ação para punir o responsável, depois de ver o caso divulgado em uma rede social.
Segundo a promotora de vendas Marcela Oliveira Correia, dona da cadelinha Suzy, que tinha 12 anos, a agressão aconteceu em janeiro de 2013. O responsável foi um homem que mora em frente ao local do crime. "Geralmente, minha mãe saía com meus dois cachorros, a Suzy e o filho dela, de manhã, para dar uma volta. Esse homem, meu vizinho de frente, implicava com tudo e com todos, principalmente cachorros e gatos que se aproximavam do portão dele. Nesse dia, minha mãe estava na nossa calçada quando ele chegou e começou a discutir com ela, falando que os cachorros só faziam sujeira na frente da casa dele. Ela falou que ele não era dono da rua, mas do portão dele para dentro. Foi nessa hora que ele pegou um pedaço de ferro e arremessou na direção da Suzy, que estava deitada na calçada", lembra.
Marcela diz que o golpe foi tão forte que a barra atravessou o peito da cadela. "Eu estava tomando banho quando escutei os gritos da cachorra, saí correndo e vi o que aconteceu. O homem ficou na frente da porta dele e não falava nada. Disse para me dar o ferro que jogou nela, mas ele ficou imóvel. Imediatamente liguei para a polícia, mas a atendente falou para eu primeiro socorrer o bichinho e depois fazer o Boletim de Ocorrência. Fui correndo levar ela na veterinária. Chegando lá não demorou 20 minutos e ela veio a óbito, teve hemorragia interna. Depois fui fazer o B.O.", relata.
A promotora de vendas diz que até agora não aconteceu nada com o autor do crime. Ela não se conforma com a situação. "É preciso que haja alguma punição. Não é porque era um animal que tem que ficar por isso mesmo. Ele precisa saber que vai ser responsabilizado pelo que fez. Agora ele sumiu, quase ninguém vê mais. Antes ele colocava uma cadeira na calçada e ficava sentado. Agora até aumentou o muro da casa dele", explica.
Para tentar mudar isso, Marcela divulgou o caso em uma rede social na internet. Um advogado da região, Rinaldo Vicente Canonaco, viu a publicação, se comoveu e entrou, voluntariamente e gratuitamente, com uma ação na 2ª Vara Cível de Guarujá. "Estamos apenas aguardando a audiência de instrução e julgamento do processo, que ainda não tem data para acontecer. Gostaria que esse crime não caísse no esquecimento. Somente assim conseguiremos que, de fato, ocorram as devidas investigações para que o caso tenha o final que merece ter, ou seja, que esse indivíduo venha a pagar pelo que fez. Sabemos que, em nosso país, crimes contra a vida animal são tratados de forma a nunca punir ninguém, e precisamos mudar esse quadro", conclui o advogado.
O caso foi registrado na Delegacia Sede de Guarujá e as investigações estão sendo conduzidas pela delegada Adriana Aparecida Fratti.