A polícia prendeu na tarde de terça-feira (17) um homem que se passava por médico dentro de um hospital municipal em São Caetano do Sul, no ABC paulista. Ele foi preso suspeito de abusar de uma paciente.
A mulher, que prefere não ser identificada, contou que tinha uma consulta marcada. Ela teve uma convulsão e, como sofreu um aneurisma cerebral há quatro anos, pretendia ser atendida por um neurocirurgião. A vítima foi abordada na recepção do hospital e levada para uma sala.
? Aí, ele começou a me examinar, mas examinar acariciando meu corpo e eu achei estranho. Aí, eu saí da sala e fui direto pra minha filha: "Não saia de perto da mamãe, que é muito estranho o atendimento desse médico".
Pouco depois, o suspeito mudou de estratégia e decidiu que a consulta continuaria na casa da paciente, como conta o delegado Sérgio Vidal de Lima.
? Viu que ele estava em um lugar público, que alguém poderia entrar, falou pra moça: "Olha, agora o procedimento novo da prefeitura a gente encaminha a vítima até a residência dela, fazemos consulta residencial, na sua residência, pra dar continuidade". A vítima, acreditando nele, acabou indo até sua casa.
A vítima contou ainda que, no caminho, a filha dela ficou desconfiada e gravou vídeos que mostram o homem dirigindo o carro e atendendo a mãe.
? Aí, ele veio, eu peguei a cadeira para ele sentar. Ele falou: "Não, tem que ser no quarto porque você tem que deitar". Eu fui e, mesmo assim, minha filha acompanhou e ele falou pra ela sair do quarto.
A falsa consulta durou poucos minutos e, assim que o "médico" foi embora, a vítima chamou a polícia e ele foi detido, como conta o delegado.
? Nós encontramos ele na frente da casa, com dois papéis: um da consulta médica e outro da qualificação dela. Foi quando foi dado voz de prisão em flagrante.
Os dois vídeos feitos pela filha da vítima já estão com a polícia e vão servir de prova contra o suspeito. Os investigadores descobriram que o homem, de 33 anos, não tem formação superior. Ele cursou menos de um ano de fisioterapia e abandonou as aulas. Se condenado, ele pode pegar até seis anos de prisão por causa da violência sexual.
A Prefeitura de São Caetano informou, em nota, que "a Secretaria de Saúde da Prefeitura de São Caetano do Sul já adotou medidas em virtude da ocorrência em que um falsário se passou por médico e abordou uma mulher dentro de uma unidade hospitalar da cidade, na última terça-feira".