Falsa doença: pessoas mentem sobre câncer para conseguirem dinheiro e doações

Os golpistas tentam sensibilizar pessoas próximas para arrecadações de dinheiro e doações

Só em Goiás, foram registrados ao menos três casos desta natureza | Reprodução
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No estado de Goiás, pelo menos três casos chamaram atenção envolvendo supostos pacientes que forjavam tratamentos ou desviavam os valores arrecadados para finalidades estéticas. Em cada um desses casos, os suspeitos aproveitaram-se da boa-fé das pessoas para obter doações, benefícios, cessão de créditos ou serviços gratuitos.

Um caso que ganhou ampla repercussão recentemente foi o de uma mulher de 29 anos, presa suspeita de fingir ter câncer terminal e lúpus para aplicar golpes e realizar procedimentos estéticos. Usando uma bandana na cabeça para sensibilizar as vítimas, ela não trabalhava e ostentava uma vida de luxo nas redes sociais.

Kamilla Morgana foi presa em Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital goiana, por estelionato no dia 30 de julho. O caso foi denunciado à polícia por parentes e amigos da mulher, que desconfiaram das doenças que ela alegava ter.

De acordo com a polícia, a mulher confessou que aplicava golpes em amigos, parentes e pessoas próximas. Até mesmo a escola onde sua filha estuda chegou a arrecadar doações em dinheiro para o suposto tratamento e fez transferências via pix.

Influenciadora usava a própria filha para aplicar golpes

Em Anápolis, a cerca de 55 km da capital goiana, um influencer de 24 anos, Igor Viana, é investigado por desviar doações destinadas à sua filha, Sofia, de 2 anos, que tem paralisia cerebral. De acordo com a Polícia Civil de Goiás, tanto Igor quanto a mãe da criança, Ana de Santi, utilizaram o dinheiro arrecadado para tratamentos estéticos e despesas pessoais. A delegada Aline Lopes informou que a mãe teria realizado uma cirurgia plástica com os valores doados.

Igor Viana enfrenta acusações de maus-tratos, desvio de proventos de pessoa com deficiência, estelionato e constrangimento à criança. A mãe de Sofia também está sendo investigada por possível desvio de dinheiro. Ambos obtêm a maior parte de sua renda das doações destinadas ao tratamento da menina.

Mulher dizia ter leucemia para aplicar golpes

Débora Barros dos Santos, uma camareira de 26 anos, fingiu ter leucemia para obter doações, arrecadando pelo menos R$ 12 mil. O caso, ocorrido em Pirenópolis, foi revelado em janeiro do ano passado. Débora usou fotos com sangue falso e curativos para sensibilizar colegas de trabalho e amigos. O delegado Tibério Cardoso afirmou que Débora nunca apresentou diagnósticos ou exames que comprovassem a doença, e o hospital Araújo Jorge, em Goiânia, confirmou que ela nunca foi paciente.

Mulher dizia ter Câncer para arrecadar dinheiro

Camilla Maria Barbosa dos Santos, de 27 anos, foi indiciada por estelionato após fingir ter câncer de mama com metástase no pulmão e intestino. Ela realizava campanhas e rifas para arrecadar dinheiro em Morrinhos, no sul de Goiás. A polícia descobriu que Camilla nunca foi paciente do hospital onde alegava estar em tratamento. Durante buscas em sua residência, foram apreendidos documentos e exames que não comprovavam a existência da doença.

Esses casos evidenciam como pessoas se aproveitam da boa-fé alheia para obter benefícios ilícitos, desviando doações destinadas a tratamentos médicos sérios e necessários.

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