Facção com ajuda da polícia fecha faturamento em R$ 120 mi por ano

Revelação foi descoberta após investigações do Ministério Público. Escritório central funciona em penitenciária de Presidente Venceslau (SP).

são seis mil integrantes cumprindo pena | G1
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Investigações do Ministério Público, em São Paulo, sobre o crime organizado revelaram uma poderosa estrutura com ramificações também na polícia, além de faturar R$ 120 milhões por ano. O escritório central da facção funciona dentro da penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no oeste do estado de São Paulo. De lá saem as ordens para 90% dos presídios paulistas, onde a organização atua, de acordo com o mapeamento feito pelos promotores.

Ao todo, são seis mil integrantes cumprindo pena. Outros 1.800 estão comentendo crimes nas ruas. Por telefone, o grupo negocia a venda de drogas em todos os estados do país; e a influência vai além das fronteiras: alcança Bolívia e Paraguai. As escutas telefônicas dão uma dimensão do faturamento do tráfico.

De acordo com o Ministério Público, o faturamento anual da quadrilha chega aos R$ 120 milhões. O crime movimenta mais dinheiro que a prefeitura de Presidente Venceslau, cidade de onde a cúpula da facção manda as suas ordens. Marco Camacho, o Marcola, chefe do bando, foi flagrado em uma ligação. Da cela, ele fala sobre um advogado da quadrilha e, em outro telefonema, um dos chefes do bando indica o quanto já investiram em armas - que ele chama de "ferramentas".

As ligações dão a entender também que a quadrilha recebia a ajuda do departamento da polícia responsável por investigar o crime organizado. Para acabar com o esquema, o Ministério Público pediu o isolamento de 35 presos que fazem parte da quadrilha. Além disso, pediu a prisão de outros 140 acusados. A Justiça de Presidente Venceslau negou e o MP recorreu ao Tribunal de Justiça da capital.

A Secretaria de Segurança Pública informou que a Corregedoria da Polícia vai investigar o envolvimento de policiais no esquema. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que vai instalar novos bloqueadores de sinal de celular nos presídios. ?Era difícil até agora ter uma tecnologia perfeita, ou não bloqueava direito a penitenciária ou bloqueava o bairro vizinho. Conseguimos aprimorar essa tecnologia, já fizemos a licitação e as primeiras 23 penitenciárias já terão o bloqueador de celular no início do ano que vem?, anuncia Alckmin.

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