Exumação confirma que menino envolvido em briga morreu por drogas

O adolescente morreu em 26 de fevereiro.

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O menino João Victor Souza Carvalho, de 13 anos, morreu em decorrência do uso de drogas, informou a Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo nesta quarta-feira (12). O corpo do garoto foi exumado e passou por novo exame necroscópico, que concluiu que seu coração estava tão lesionado que se assemelhava ao órgão de um idoso de 90 anos, segundo a Polícia Científica.

O adolescente morreu em 26 de fevereiro, depois de uma confusão envolvendo funcionários de uma lanchonete. A Justiça determinou a exumação para que o cadáver passasse por novo exame necroscópico para saber se João morreu devido ao uso de drogas, como apontou o laudo oficial do Instituto Médico-Legal (IML), ou se a causa da morte foram as supostas agressões que ele sofreu dos funcionários.

Em nota, a SSP afirma que a Polícia Técnico-Científica realizou novos exames que “confirmaram os resultados obtidos nos primeiros exames, realizados em 27/02/2017”. “O trabalho, acompanhado em todas as fases por peritos designados por ambas as partes envolvidas no caso, confirmou o resultado do exame inicial realizado pelo Instituto Médico Legal do Estado de São Paulo, relacionando a morte de origem cardíaca com o abuso crônico de drogas”, disse a nota.

“Não foram encontradas lesões traumáticas (inclusive através de exames de tomografia computadorizada) como responsáveis pela morte. Os exames histológicos realizados no coração de João Vitor evidenciaram, novamente, lesões crônicas e extensas causadas por uso de drogas, a saber, cocaína e tricloroetileno, compatíveis com coração de indivíduo idoso, de cerca de 90 anos de idade, apesar de o jovem ter apenas 13 anos”, concluiu o comunicado.

A exumação foi feita por médicos do IML e acompanhada por parentes de João e também pela Polícia Civil. "O objetivo da exumação é se buscar a verdade real", disse à época o delegado assistente Wladimir Gomes de Souza, do 28º Distrito Policial (DP), Freguesia do Ó.

O pai de João, Marcelo Fernandes de Carvalho, disse na ocasião da exumação que esperava que o novo exame fizesse Justiça. "O menino foi assassinado. Morreu depois de apanhar", afirmou.

O médico legista Levi Miranda, contratado para atuar no caso a pedido dos advogados da família de João, criticou o laudo do IML. "Faltaram ao menos seis exames para serem feitos no cadáver", afirmou ele, que veio do Rio de Janeiro a São Paulo para participar da exumação. "Fui eu que fiz o parecer que colocou em dúvida o laudo oficial".

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