O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi condenado neste sábado no Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), a 22 anos de prisão pela morte e ocultação de cadáver de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, em 2010. A decisão dos jurados foi lida pela juíza Marixa Fabiane Rodrigues por volta das 22h40. O ex-policial foi considerado culpado dos crimes de homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. Ele teve pena semelhante à de Bruno, que foi condenado em março a 22 anos e três meses de reclusão.
O ex-policial foi condenado a 19 anos de detenção em regime fechado pelo homícidio de Eliza e a mais três anos de prisão em regime aberto pela ocultação do cadáver. Além disso, deverá pagar 360 dias-multa. A magistrada decidiu que ele não poderá recorrer em liberdade.
A juíza Marixa Fabiane considerou os maus antecedentes do réu para a dosimetria da pena, citando os outros crimes pelos quais Bola é suspeito. "Pela forma como executou a vítima, demonstra que é uma pessoa agressiva e impiedosa (...). Ficou claro o desvio de caráter do réu", afirmou. "Ele praticou crime perfeito (...) Ocultou muito bem o corpo (da vítima)", completou a magistrada.
Bola ouviu a sentença acompanhado do advogado Ércio Quaresma. O outro defensor, Fernando Magalhães, não acompanhou a leitura. O promotor de Justiça Henry Wágner Vasconcelos Castro, bastante sorridente, foi cumprimentado por várias pessoas no salão do tribunal do júri. Os filhos de Bola e a mulher do ex-policial choraram bastante ao saber da decisão dos jurados.
O julgamento popular de Bola no Fórum de Contagem foi o mais longo do caso. Durou seis dias e foi marcado por acusações e agressões verbais entre o promotor Henry Wagner e pelo advogado Ércio Quaresma. Castro chegou a chamar Quaresma de "drogado crápula e canalha" em resposta às provocações do defensor, que utilizou frases como "aquele moço garboso" durante todo o júri e, principalmente, na fase de debate entre promotoria e defensores, que aconteceu na tarde deste sábado.
Na tréplica, para evitar a condenação do cliente, Quaresma chegou a usar um boneco com aparência semelhante à do promotor de Justiça para pedir que os jurados "não fossem marionetes, como foram os dois conselhos de sentença anteriores", que consideraram culpados Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e Bruno. Eles foram condenados a 15 e a 22 anos e 3 meses de prisão, respectivamente.