O ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, preso após agredir a namorada com mais de 60 socos dentro de um elevador em um condomínio de Natal, denunciou ter sido vítima de agressões por agentes penais na Cadeia Pública de Ceará-Mirim, para onde foi transferido na última sexta-feira (1º).
Na mesma noite, ele foi encaminhado à Delegacia de Plantão da Zona Norte de Natal, onde registrou ocorrência relatando que, ao chegar à unidade prisional Dinorá Simas, foi colocado em uma cela isolada, algemado e nu, e agredido com socos, chutes, cotoveladas e spray de pimenta.
Ainda segundo o depoimento, os agentes penais teriam afirmado que Igor havia “chegado ao inferno” e o incentivaram a tirar a própria vida.
A Secretaria da Administração Penitenciária (Seap) informou que, ao tomar conhecimento da denúncia, adotou medidas imediatas. Equipes da Coordenadoria da Administração Penitenciária e da Ouvidoria do Sistema Penitenciário foram até a unidade para apurar o caso, acompanhar o detento no registro da ocorrência e encaminhá-lo para exame de corpo de delito no Instituto Técnico-Científico de Perícia.
A defesa de Igor havia solicitado que ele fosse mantido em uma sala isolada por questões de segurança, mas a Seap informou que a Cadeia Pública de Ceará-Mirim não dispõe de celas individuais.
Igor foi preso em flagrante no último fim de semana e teve a prisão convertida em preventiva após audiência de custódia. Ele permaneceu no centro de triagem da Seap até a transferência para Ceará-Mirim.
A vítima da agressão, que levou mais de 60 socos, passou nesta sexta-feira (1º) por uma cirurgia de reconstrução facial no Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol). Segundo a unidade, a operação teve como objetivo restaurar a forma e a função do rosto da paciente, que sofreu múltiplas fraturas faciais e no maxilar.
O crime, registrado por câmeras de segurança no dia 26 de julho, é investigado como tentativa de feminicídio.