A administradora e amazona Aída Nunes, 30 anos, que prestou queixa contra o ex-namorado, o empresário Cristiano Rangel, por agressão, conversou com a equipe do Jornal da Globo sobre a situação. "Eu sofri uma tentativa de homicídio durante a comemoração do meu aniversário, um momento muito especial para mim, com todos os meus amigos presentes. Eu não sei qual é o motivo que uma pessoa tem para espancar a outra, eu realmente não sei", disse. O caso teria acontecido na madrugada do dia 12 de janeiro, em Salvador.
A Justiça baiana decidiu, nesta quarta-feira (23), que o empresário deve que manter distância mínima de 300 metros de Aída. A determinação é da juíza Márcia Lisboa, da 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. A medida preventiva foi solicitada pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam).
Segundo a administradora, o ex-namorado, com quem se relacionou durante cerca de um ano e meio, já a agrediu de outras formas algumas vezes. "Não foi a primeira vez que eu fui agredida por ele, de forma mais leve, verbais, e acreditando até em uma melhora dele como ser humano. Não conseguia acreditar no tamanho da maldade de uma pessoa que conviveu comigo. O que me levou a denunciar foi justamente o fato de outras mulheres sofrerem isso também. Não acho justo. A maioria das mulheres tem medo de denunciar para não se expor", contou.
Fabiano Pimentel, advogado do empresário, disse que o cliente deve se apresentar à delegacia na tarde da quinta-feira (24). ?O Cristiano também concorda com a medida. Ele não quer que a Aída se aproxime dele", afirmou Pimentel. Segundo o advogado, a solicitação da delegada é uma medida comum nestas situações. O empresário, que namorou Luana Piovani e outras famosas, não deve falar com a imprensa antes ir à depoimento, e nega as acusações.
A ocorrência de agressão foi registrada na Delegacia de Atendimento Especial à Mulher (Deam), no bairro de Brotas. A vítima também passou por exame de corpo de delito no Departamento de Polícia Técnica (DPT). De acordo com o advogado da amazona, ela foi agredida, principalmente, na cabeça e no rosto.
O caso
Artur Guimarães, advogado da vítima, relatou que Aída Nunes comemorava seu aniversário com um grupo de amigos no bairro do Rio Vermelho, quando Cristiano Rangel chegou e a induziu a ir para o apartamento dele. "Ela estava lúcida, mas foi obrigada a ir com ele", explicou o advogado.
O advogado de Rangel, apresentou a versão do empresário para o ocorrido. ?Rangel e Aída se encontraram por acaso em um bar, cada um sentou em sua mesa e assim ficou por toda a noite. Na hora de ir embora, uma prima pediu que ele voltasse ao bar, pois Aída estava se desentendendo com outras pessoas. Ele retornou, pagou a conta dela, e resolveu levá-la a casa de uns tios, pois ele percebeu que ela estava embriagada, sem condições nenhuma de dirigir", disse Fernando Pimental.
parava Aída no banco do carona, segundo Pimental. A vítima teria se negado a ir para a casa dos familiares e foi para o apartamento do ex-namorado, acrescentou. O advogado de Aída informou que, ao chegar na residência do empresário, ela foi agredida por ele e depois trancada no apartamento.
O G1 teve acesso ao boletim de ocorrência do caso. De acordo com o documento policial, a vítima teria sido espancada pelo empresário e ficou no apartamento até o começo da manhã de sábado (12), quando a jovem teria sido resgatada por uma prima e levada ao Hospital Português, onde recebeu atendimento médico.
O advogado de Aída informou que ela aproveitou o momento em que Rangel deixou o local por alguns instantes para ligar e pedir socorro a uma pessoa, e fugiu. "Eles conviveram juntos. Ela conhecia a casa e sabia que existia uma chave extra. Foi com essa chave que ela conseguiu deixar o apartamento", relatou Artur Guimarães.
O advogado acrescentou que Cristiano Rangel também registrou uma ocorrência de agressão em uma delegacia, e que passou por exame de corpo de delito.
Informada por um seguidor do Twitter sobre o caso envolvendo o ex-namorado, Luana Piovani comentou na rede social: ?Tô completamente chocada, horrorizada. Se ele fez isso, tem que responder por isso. Ela [vítima] que seja forte e não desista da justiça. Vamos ver como encararão a Maria da Penha [Lei], pois não acho justo só casadas terem essa guarita.?
Relacionamento
Segundo o advogado de Aída Nunes, ela namorou com Rangel por quase dois anos. O casal chegou a morar junto entre abril e novembro de 2012, quando o relacionamento chegou ao fim. Artur Guimarães afirmou que Aída relatou que ameaças e uma agressão anterior a ocorrida no dia 12 motivaram o fim do romance. "Ela chegou a registrar uma queixa de agressão contra ele antes dessa, mas não deu prosseguimento ao processo", disse o advogado da vítima.
De acordo com Artur Guimarães, Aída ainda tem sequelas da agressão e não retornou ao trabalho por conta do abalo físico e psicológico. Ainda segundo o advogado da vítima, ela deve passar por um exame complementar que deve ser acrescentado aos documentos do inquérito policial que apura a agressão.