Em 2024, o Brasil registrou 87.545 casos de estupro e estupro de vulnerável, o maior número desde o início da série histórica em 2011, equivalente a uma vítima a cada seis minutos. Segundo a 19ª Edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, houve um aumento de 0,9% em relação a 2023.
Dos casos, 76,8% foram classificados como estupro de vulnerável, com vítimas menores de 14 anos. Entre elas, 61,3% tinham até 13 anos, sendo a faixa de 10 a 13 anos a mais afetada. Mulheres negras representam 55,6% das vítimas, e o estudo aponta que a violência sexual ocorre majoritariamente no âmbito intrafamiliar.
Conforme o estudo, 65,7% dos estupros registrados ocorreram na residência da vítima. A análise dos agressores mostra que 45,5% eram familiares e 20,3% eram parceiros ou ex-parceiros íntimos.
Desafios no registro
Apesar do recorde de casos, o FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública) ressalta que a subnotificação histórica dificulta a dimensão real do problema, pois muitos crimes não são reportados às autoridades. O fórum também aponta desafios técnicos, como a falta de padronização nos Boletins de Ocorrência e a necessidade de capacitação dos agentes para correta tipificação dos crimes.
A entidade destaca a importância de políticas de prevenção, investigações qualificadas e agilidade nos processos para garantir a responsabilização dos agressores.